Índice
Introdução
A
Teoria de Produção e a Teoria dos Custos de Produção constituem a chamada
Teoria da Oferta da Firma Individual. Esses temas forma inicialmente tratados
pela Teoria Econômica e, com o decorrer do tempo, formas incorporadas nas áreas
da Contabilidade, Engenharia e Administração. Os princípios da Teoria da
Produção e da Teoria dos Custos de Produção são peças fundamentais para a análise
dos preços e do emprego dos fatores, assim como de sua alocação entre diversos
usos alternativos na economia. Assim sendo, a Teoria da Produção e a Teoria dos
Custos de Produção desempenham dois papéis extremamente importantes:
a)
Servem de base para a análise das relações existentes entre produção e custos
de produção; numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos
evoluem diariamente, o relacionamento entre a produção e os custos de produção
é muito importante na análise da Teoria da Formação dos Preços;
b)
Servem de apoio para a análise da procura da firma com relação aos fatores de
produção que utiliza: para produzirem bens, a empresas dependem da
disponibilidade de fatores de produção.
1. Empresa e Produção
Tal
como o fenómeno do consumo era muito variado, também o da produção o é. Se
reduzirmos o estudo à empresa, no sentido tradicional, temos uma multiplicidade
de tipos:
· Empresas
multinacionais;
· Empresas
familiares;
· Empresas
em nome individual;
· Empresas
por quotas;
· Empresas
por ações;
· Empresas
públicas;
· Empresas
privadas.
Mas
os fenómenos da produção não ficam apenas pela empresa. A produção consiste na combinação de vários elementos com objetivo
de obter, a partir deles, um bem que satisfaça uma necessidade humana.
Podemos
dizer que uma boa parte da produção que existe no mundo e feita por nos, em
nossas casas. Cada vez que uma pessoa deita açúcar no café esta, em todo
sentido económico do termo, a fazer um produção. Estão presentes os fatores
primários, (o capital, agua) e os produtos intermédios (os bens tropicais café
e açúcar),e o resultado (café açucarado) satisfaz uma necessidade do nosso
consumidor. O que a economia pretende captar com a sua teoria do produtor e o
que existe de comum em todas estas empresas em atividades de produção.
O
essencial e como se comporta o agente de decisão, posto perante um problema típico
de produção, tal como foi feito na teoria do consumidor, será feita uma estilização
do essencial do problema do produtor, para depois resolver.
Na
verdade um produtor e, ao mesmo tempo, vendedor (do seu bem) e consumidor ( de fatores
produtivos). Isso faz com que ele tenha duas questões:
· Quanto
produzir do bem?
· Como
produzir essa quantidade?
A
primeira questão é típica do produtor, e é nova, mas a segunda tem a ver com o
consumo dos recursos. Por isso, a segunda questão, como se vera, é muito
parecida com a questão do consumidor.
Uma
certa quantidade do bem resultante da produção, e a que vamos chamar produto, só
e conseguida com aplicação de certas quantidades de recursos ou fatores
produtivos. Chamaremos função de produção a relação que existe entre a
quantidade de produto e as quantidades dos recursos: Terra, Trabalho e capital.
Também em princípio, a produção e o resultado da acção independente dos fatores.
Produto total (PT)
É a quantidade do produto obtida através do uso
das quantidades dos fatores de produção fixos e variáveis combinados e
utilizados no processo produtivo.
Total
L
Produto marginal (Pmg):
É definido como a
variação na produção total decorrente da variação de uma unidade no fator de
produção variável.
No caso da Teoria da
Produção, o produto marginal revela quanto se consegue produzir a mais com o
acréscimo de uma unidade do fator variável, ou seja, em quanto varia
Q a partir de
L, conforme podemos observar na fórmula do Pmg acima.
Esse cálculo deve ser
feito considerando-se a quantidade produzida no período
menos a quantidade
produzida no período
(período
anterior), dividido pela quantidade de mão-de-obra usada no período
menos a quantidade de mão-de-obra usada no
período
. Ou seja, estamos
comparando quantidades produzidas em relação às quantidades do fator variável
mão-de-obra utilizada nos respectivos períodos.

Normalmente,
a curva do produto marginal e negativamente inclinada, ou seja, acréscimos
sucessivos de um fator feito sobre de quantidades constantes dos outros fatores
levam a acréscimo sucessivamente menores de produto. Esta lei já há conhecemos
como a lei dos rendimentos decrescentes, de autoria de Thomas Malthus, mas a
que agora podemos chamar, com mais rigor, a lei dos rendimentos marginais
decrescentes.
Nesse
caso, o que varia e toda a escala, e
por isso se chama a este o problema dos rendimentos de escala. Vamos supor que
todos os fatores produtivos viram a sua quantidade duplicada, dobrando assim a
escala de produção. Nesse caso, a quantidade pode variar proporcionalmente,
menos ou mais proporcionalmente. Assim temos
rendimentos de escala constante, decrescentes ou crescentes.
Numa
siderurgia, o aço é mais barato se produzir 1000t de aço por ano com alto-forno
do que 10. Chamaremos a esses benefícios as economias de escala, ou seja, os
benefícios adicionais de produção causados por um aumento de escala de
produção.
Mas,
ao aumentar muito a escala começam a aparecer problemas de gestão e controle,
de escoamento dos produtos, e isto pode reduzir o aumento percentual da
produção. Nessas circunstâncias, a empresa entra numa fase de rendimentos
decrescentes a escala.
Se
por exemplo, existe uma subida de procura na primeira reação, o equilíbrio
momentâneo a empresa pouco pode fazer, e dificilmente aumentara muito a
produção. Ao fim de algum tempo, no curto prazo, a empresa já consegue
modificar o seu consumo de certos fatores, mas não tem possibilidade de
modificar os outros que são mais rígidos. Nessa altura, a empresa esta sujeita
a lei dos rendimentos marginais decrescentes. Mas se aumento de procura se
mantiver, no longo prazo, já a empresa consegue modificar todos os seus
recursos, e toda a escala de produção aumentando-se ou diminuindo-se a
capacidade produtiva.
Outro
efeito que a passagem do tempo tem como a produção e o aparecimento de formas
de produção que competem com as antigas, vencendo as melhores. Chamaremos a
esse fenómeno o progresso tecnológico, uma das principais componentes do
desenvolvimento económico. Quando as técnicas melhoram, as curvas do produto
total e marginal sobem.
Exemplo.
A produção de trigo com
fator variável mão-de-obra
|
Quantidade de terra utilizada T
|
Unidades de mão-de-obra empregadas L
|
Produto Total
|
Produto Marginal
|
|
10
|
0
|
0
|
-
|
|
10
|
1
|
10
|
10
|
|
10
|
2
|
22
|
12
|
|
10
|
3
|
39
|
17
|
|
10
|
4
|
52
|
13
|
|
10
|
5
|
60
|
8
|
|
10
|
6
|
60
|
0
|
|
10
|
7
|
56
|
-4
|
A medida que é empregues
sucessivas unidades de mao-de-obra, a produção cresce, atingido o máximo com a
contração do 5º trabalhador (60 sacas). A partir do 6º trabalhador a produção
não cresce mas sim há diminuição na produção total.
Conclusão: a medida que combinamos fatores
adicionais de um fator de produção variável a um dado fatores de produção
fixos, a produção total inicialmente cresce, em seguida atinge um valor máximo
depois decresce.
Pode se verificar na
coluna de Produto Marginal que pode ter resultado Zero ou negativo. Repare que
a partir deste momento um acréscimo no fator de produção resulta na diminuição
da produção
Como produzir?
Tratemos,
por, duas questões que foram problema do produtor: quanto e como produzir.
Vamos
começar pelas segunda destas questões, que, como se disse atras, tem grandes semelhanças
ao problema do consumidor, dada uma certa quantidade de produto que se produzir
(que foi decidida de forma que ainda ignoramos), qual é forma melhor pra
produzir?
O
raciocínio que é necessário seguir é parecido com o do consumidor. Pois esta
questão repousa sobre a quantidade de fatores produtivos a usar, ou seja, a
consumir na produção. Por isso, vamos construir uma forma pra o problema de
como produzir, que se assemelhe muito com a estrutura que usamos na secção
anterior.
Consideremos
dois fatores produtivos. Por exemplo, terra e trabalho. No espaço destes fatores
produtivos podemos desenhar curvas de indiferenças de produção, ou seja,
podemos unir os vários pontos que correspondem a quantidades de terra e
trabalho que dão a mesma quantidade de produto. Chamaremos a estas curvas isoquantas. Esta isoquantas (assim
chamadas porque cada uma é composta por pontos que geram a mesma produção) tem
propriedades muito parecidas com as curvas de indiferença do consumidor.
Em
primeiro lugar é negativamente inclinada, devido a substituibilidade do produto
(se desce quantidade de um fator, é preciso subir quantidade de outro fator
para manter o nível de produtividade) e são convexas devido a lei dos
rendimentos marginais decrescentes (que correspondem a lei de utilidade
marginal decrescente), ou seja a medida que usamos menos terra na produção, cada
vez é mais preciso usar mais trabalho para substituir uma unidade de terra e
manter o produto.
Deste
modo é possível traçar um mapa de isoquantas que determina, para cada ponto
(terra, trabalho), qual o produto gerado por essa combinação de fatores. Quanto
mais acima estiver a isoquantas maior é o nível de produção que lhe
corresponde. É claro que a quantidade de produto que é registada em cada
isoquantas é o máximo de quantidade que essas quantidades de fatores conseguem
produzir. A aplicação da racionalidade assim o exige pois uma menor quantidade de
produto com aqueles fatores levaria ao desperdício.
Terra![]() |
Trabalho
A
inclinação da isoquantas chama se taxa
marginal de substituição técnica. Esta taxa diz nos quantas unidades de
trabalho tem de ser empregues para manter a produção. Substituir uma unidade de
terra a menos. A taxa marginal de substituição técnica (TMST) é igual ao
quociente das produtividades marginais dos dois fatores – terra (PmT) e do
trabalho (PmL). Assim, se uma unidade de terra for três vezes mais produtivas
que uma unidade de trabalho é preciso trocar uma unidade de terra por três
unidades de trabalho para manter a produção ou seja a TMST é igual a três.
Também
podemos encontrar uma reta de isocusto, definida pelo custo total que a empresa
esta despõem a suportar e pelos preços dos fatores. Assim se todo dinheiro que
a empresa tem disponível para a produção (C) for empregue um fator no trabalho,
é possível adquirir um certo numero de unidades de trabalho, igual ao custo a
dividir pelo preço de cada unidade de trabalho (o trabalho w, do inglês wage),
se todo o dinheiro for gasto em terra, pode usar se C/r unidade terra (onde r
representa a renda da terra)
Assim,
a expressão da reta dos custos seria:
Ou
medindo tudo em unidades de trabalho:

C/r
C/w Trabalho
Deste
modo, a reta de isocusto representa as possibilidades de consumo de dois fatores
pela empresa, dados o dinheiro que a empresa tem disponível e o preço dos fatores.
A inclinação da reta, igual ao rácio dos preços dos fatores, significa a taxa a
que o mercado esta desposto a trocar um fator pelo outro. Se uma unidade de
terra custa duas vezes que uma unidade de trabalho, isso quer dizer que no
mercado uma unidade de terra pode ser trocada por duas unidades de trabalho.
Note
que um certo custo, o que significa uma reta de isocusto o ponto que fornece
maior nível de produção é aquele que toca a isoquantas mais acima. Deste modo
se vê que, tal como no problema do consumidor o ponto ótimo é um ponto de
tangencia neste caso entre a isoquantas e a reta de isocusto.
![]() |
Trabalho
Neste
ponto de tangencia em que a inclinação da isoquantas e da reta de isocusto são
iguais a taxa marginal de substituição técnica iguala o rácio de preço:
Trata
se desigualar a taxa de substituição dos dois fatores na empresa e no mercado.
Esta igualdade pode ser expressa dizendo que se deve gastar dinheiro ate
igualar a produtividade marginal de todos fatores, cada uma ponderada pelo seu preço.
Na verdade manipulando a formula acima obtém – se:
Uma
outra forma alternativa de abordar o mesmo problema e por tanto de obter o
mesmo resultado, é fixar uma isoquanta (ou seja, produzir uma certa quantidade)
e procurar a forma mais barata de a produzir (ou seja, encontrar a reta de
isocusto mais abaixo mais que ainda toca essa isoquantas). Mais uma vez aparece
o ponto de tangencia como solução. Ou seja, de novo, a igualdade





Trabalho
O
problema de quanto produzir pode, assim, ver-se de dois lados: qual o máximo
que se pode produzir com certos custos ou qual o mínimo de custo que se pode
ter com certa produção. O problema do produtor pode ser estruturado pelas duas
perguntas: quanto e como produzir? Ou
pelas perguntas paralelas: quanto e como gastar?
A resposta a esta pergunta foi fácil de
obter porque, no fundo, ela era apenas mais uma das situações de escolha que
caia no caso da regra de Gossen.
O
problema era em tudo semelhante ao do consumidor e, como tal, a regra de
resolução foi exatamente a mesma. Afinal, como dissemos desde o princípio, ao
decidir a questão de como produzir, o produtor está a tomar uma decisão de
consumo de fatores produtivos. A resposta é, pois, sempre dada pelas duas
condições:
Quanto produzir?
Mas,
como disse, a questão de quanto produzir é radicalmente diferente da anterior e
é um problema novo. Tem a ver com dois aspetos essenciais: a tecnologia de
produção da empresa e a estrutura do mercado em que a empresa se situa.
Assim,
o produtor, para além de ter dois problemas em vez de um, tem de, na resolução
da questão de quanto produzir, entrar em conta não só com todos os aspetos do método
particular de produção (a tecnologia) como de ter em conta o comportamento e a
concorrência dos outros participantes no mercado.
E
por isso que o problema da gestão de uma unidade produtiva é muito mais
complexa do que o problema do consumidor, e muito mais esforço lhe tem sido dedicado.
Tecnologia e custos
O
problema de quanto produzir esta intimamente ligado à tecnologia de produção. É
ela que determina quanto se pode
produzir. No entanto, a questão não é apenas tecnológica, portanto o que
queremos determinar é apenas tecnológica, portanto o que queremos determinar é quanto se quer produzir.
Já
vimos atrás que a tecnologia e custos são duas faces da mesma moeda.
Uma
certa tecnologia consegue obter um certo montante de produção suportando um
certo custo; por outro lado, despendendo um certo custo, através de certa
tecnologia, obtém-se certo montante de produção. No fundo, produção e custos
estão ligados porque não há almoços
grátis. Toda produção tem um certo custo associado.
Assim
podemos tratar a questão de «quanto produzir» pelo lado dos custos, tal como
antes decidimos a questão de «como produzir» de duas formas equivalentes,
maximizando a produção para certos custos ou minimizando os custos de certa
produção.

![]() |
|||
![]() |
|||
Esta
equivalência existe porque a função de produção e a isoquanta tem já, na sua concepção,
um elemento de racionalidade: o desejo de evitar o desperdício. O valor da função produção (é, portanto, o ponto da
isoquanta) representa a produção máxima que se pode obter com aquele nível de
recursos [máxima, dadas as restrições (sociais e culturais, etc.)]. É claro que
é sempre possível fazer pior com aquele montante de recursos, mais isso seria
irracional.
Deste
modo podemos definir uma função do custo
total [C(Q)] onde, associado a cada quantidade produzida do bem. A função
relacionada, pois, cada quantidade do bem (Q) com o seu custo de produção (C).
Repare-se que no ponto da função cujo, está Incluída a solução ótima do
problema de como produzir. O custo é
o custo mínimo de produzir aquela
quantidade, devido a racionalidade.
K K
![]() |
L
L
Do
ponto de vista da economia, esta função custo é tudo o que é preciso saber sobre
a tecnologia para tomar a decisão de quanto produzir. Trata-se só de uma
representação económica da empresa suficiente para esta decisão.
Mas
o que se entende por custos? O que esta incluído nos custos? Trata-se só das despesas monetárias com a produção? Não.
Para o economista (mas talvez não para o empresário, o engenheiro ou o
contabilista) existem muitos mais custos do que as
despesas imediatas ligadas a produção. Temos assim um conceito de custo
económico cuja autoria devemos a John Stuart Mill, que se chama custo de oportunidade. Este custo
representa, como já vimos atrás, o que de melhor se deixou de fazer para fazer
o que se fez (neste caso, para produzir este produto).
Assim,
o custo de oportunidade mede o sacrifício total, em qualquer das formas
possíveis em que se incorreu para se incorreu para se conseguir a produção. E
esse sacrifício e medido na única verdadeira medida de valor: a utilidade. Assim
ate os custos monetários directos so são verdadeiramente custos porquanto o
empresário, se não tivesse produzido, terá utilizado esse dinheiro de outra
forma, ganhado algo com isso. Como decidiu produzir, ele não pode ter esse
ganho alternativo e e esse custo que teve.
Ao
produzir o empresário tem vários custos monetários diretos (salários, juros,
rendas, custos das matérias-primas, etc.) se ele não tivesse produzido, poderia
ter feito muitas coisas com o dinheiro (investir noutra produção, ir de ferias,
dar aos pobres, etc.) Desses usos alternativos do dinheiro, ele escolheria
aquele que lhe desse maior utilidade. E esse máximo de utilidades alternativas
que e o custo de oportunidades.
Mas,
para alem dos custos financeiros diretos com a produção, existem outros
sacrifícios feitos com a produção que não passam pela contabilidade da empresa.
Se, por exemplo, o empresário trabalha no própria empresa, mesmo que o faca
gratuitamente, deve tomar-se em conta o salário que ele ganharia se estivesse a
exercer noutro sitio. Na verdade, esse foi o sacrifício que ele fez para poder
dedicar-se a sua empresa. O mesmo se diga do capital empatado por ele. Embora
pareça livre de encargos, custos do seu uso e igual ao juro que tal capital
receberia na melhor aplicação alternativa (a melhor, porque seria essa que
seria escolhida pelo agente racional).
Temos,
pois, diferenças importantes de custo entre o valor económico e o registo
contabilístico da empresa. Por essa razão, alguns lucros aparentes podem ser
verdadeiros prejuízos: uma boa terra mal explorada, mesmo que renda algum
dinheiro, esta a dar prejuízo, pois a utilização alternativa seria muito
melhor.
Mas
todas estas correções eliminam os preços de mercado como medida do valor? Não,
porque um mercado competitivo tem como preço de mercado o custo de oportunidade.
Na verdade, se um vendedor vende por 5, e porque essa e a melhor alternativa,
visto que ele e racional, e o mesmo se passa com o consumidor que compra. Isso
quer dizer que não existe maneira de vender esse produto a preço superior
(senão o comprador teria aproveitado). Logo, a melhor alternativa tem de ser
também de 5.
Assim,
um mercado a funcionar bem fornece diretamente os custos de oportunidade
através dos preços. Só existe necessidade de fazer o cálculo do custo de
oportunidade para os bens que não passam pelo mercado ou em que o mercado
funciona mal. O custo do trabalho do patrão, o custo do Bricolage ou o custo de
oportunidade do exercito, tal como de oportunidade de estar na universidade, de
construir uma central nuclear ou de lutar pelo fim dos eucaliptos, são casos
destes. A única maneira de obter um valor e tentar avaliar diretamente os
sacrifícios e benefícios envolvidos.
Uma
das formas mais imediatas de captar o custo de oportunidades esta na fronteira
de possibilidade de produção. Ai, e patente que o aumento de produção de certo
bem acarreta um sacrifício na disponibilidade de outros bens.
Por
exemplo, o serviço militar obrigatório (que parece grátis para o orçamento do
Estado, excetuando a alimentação, o vestuário e o pequeno pré) tem um custo
para o país, consubstanciado na produção que essas pessoas deixaram de fazer
nos seus postos normais de trabalho. E a falácia de dizer que, como existe
desemprego, o custo de exercito e nulo e destruída pelo conceito de custo de
oportunidade, porquanto há formas alternativas de combater o desemprego,
algumas mais produtivas que o recrutamento dos desempregados (e não só esse,
nem todos esses, são recrutados).
Vimos
assim como se media o custo de produção de qualquer produto. Vamos agora ver,
dentro desse custo, algumas distinções importantes. A primeira é entre custos
fixos e custos variáveis. Trata-se de uma distinção importante para a decisão
de quanto produzir, pois num processo produtivo existem elementos que se podem
mudar e ajustar (o numero de trabalhadores, quantidade de matéria-prima, etc.),
enquanto outros são muito mais rígidos (o numero de maquinas ou dimensão da
fabrica, por exemplo).

CV
CF
Custos Fixos
Custos fixos são
aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da
produção. Independem portanto, do nível de atividade, conhecidos também como
custo de estrutura.
Exemplos:
·
Limpeza e Conservação
·
Aluguéis de
Equipamentos e Instalações
·
Salários da
Administração
·
Segurança e Vigilância
Possíveis variações na produção não irão afetar os gastos acima, que já
estão com seus valores fixados. Por isso chamamos de custos fixos.
Custos Variáveis
Classificamos como
custos ou despesas variáveis aqueles que variam proporcionalmente de acordo com
o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume
produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período.
Exemplos:
·
Matérias-Primas
·
Comissões de Vendas
·
Insumos produtivos
(Água, Energia)
Assim,
há que ter cuidado com a distinção entre custos fixos e variáveis. A questão
central situa-se pois no horizonte de análise, que determina qual a parte dos
custos que varia com a qualidade (CV, função da quantidade Q) e qual a parte
fixa, que deve ser suportada qualquer que seja a quantidade produzida (CF):
Exemplo
A
empresa Segundo Grupo que dedica a produção
de sapatos na cidade de Quelimane, da consulta efetuada nos seus livros de
escrituração obtém-se os seguintes dados relativos ao ano económico de 2015.
· Quantidades
de pares de sapato produzido 400 pares
· Custo
Fixo Unitário 75,00
· Custo
Variável Unitário 125,00
Pretende-se:
a) Determinar
analiticamente e Graficamente o custo total suportado.
Resolução Analítica
Dados 
Dados 
Dados 
Resolução Gráfica
80.000,00 CT
50.000,00 CV
100 200
300 400 Quantidades
Um
outro elemento importante da análise do custo de uma empresa e o chamado custo medio, ou custo por unidade.
Trata se de custo que, em media, se pode atribuir a cada unidade produzida definido
simplesmente pela media aritmética dos custos totais.
Exemplo
Dados 
Talvez
menos direta mais igualmente importante e a medida do custo marginal. Este
custo, como o nome indica é o custo da última unidade produzida, o custo da
unidade marginal. A sua definição (equivalente a definição de unidade marginal)
será essencial para a decisão do produto, por rasões muitos semelhante as decisões
que estudamos atras.
CM Cm![]() |
|||||
Q Q
Na
maior parte dos casos, podemos encontrar uma curva de custo medio (CM) em forma
de U, como mostra a figura acima. No fundo isso resulta do comportamento dos
rendimentos marginais. Inicialmente a curva tem uma zona decrescente, que corresponde
a uma fase de rendimento crescente.
Quando
a produção e muito baixa um aumento dessa produção pode fazer descer muito
significamente o custo atribuído a cada unidade ex.: O custo numa siderurgia de
produzir só uma chapa de ferro elevadíssimo pós o alto-forno e os seus
equipamentos tem seu custo afetado a essa unidade. Se forem produzidas 10
chapas, o custo medio de cada uma fica muito mais baixo, todo o custo de
equipamento vai ser distribuído agora por 10 unidades.
Mas,
a partir de certa altura, produzir mais, começa a sair cada vez mais carro e a
curva cresce. Passou-se a fase dos rendimentos marginal decrescente, que, ao
fim do certo tempo, faz subir o CM. Deste modo a curva dos custos médios
apresentam um padrão geral em unidades. A curva dos custos marginais, fortemente
ligada a custo medio, tem também um padrão de unidade começando a crescer antes
do custo Marginal.
Existe
uma relação simples entre as curvas dos custos médios e marginais: a cuva Cm
corta a CM no mínimo desta, o custo medio e decrescente enquanto o custo
marginal estiver abaixo do custo medio e vice-versa.
00![]() |
Temos
como exemplo o seguinte:
A
vida de todo aluno mostra imediatamente por que razão isto tem de ser assim.
Qualquer estudante sabe que, quando tem uma nota baixa da sua média, esta
desce. Assim, um valor (marginal) abaixo do valor medio faz descer o valor
medio inversamente se for acima. O mesmo se passa nos custos, visto que o valor
medio é sempre:
Podemos
ter alguns outros tipos de custos que são:
Os custos médios fixos
e variáveis que são cálculos da média nas mais
componentes do custo total.

CT CV
CM
CVM
Os
custos médios de curto prazo e de longo prazo são conceitos que estão ligados
aos anteriores, como vimos, a fixidez de custos esta relacionada com o prazo de
análise.
Aqui
liga-se a distinção importante entre lei dos rendimentos marginais decrescentes
e a existência de rendimentos crescentes a escala.
No
curto prazo, há recursos que se mantem fixos (por exemplo, uma certa dimensão
da fabrica, como um certo parque de maquinas instalado), e este facto define o
quadro de uma situação. Nesse quadro e possível calcular a curva de CM e Cm,
como os custos de produzir certas quantidades do bem, dado aquele parque de
máquinas.
CM,Cm
![]() |
Q
Se
for construída uma fábrica maior, isso aumenta os custos de produzir certas
quantidades (naturalmente fica mais carro produzir pequenos montantes, visto
que o equipamento adicional fica desperdiçado), mas, provavelmente, reduzira o
custo de produzir outros montantes. Assim, para nova dimensão da fábrica,
teremos novas curvas de CM e Cm.


Q
Estes
dois conjuntos de curvas representam curvas de curto prazo, visto que cada uma
delas foi definida dentro de certo condicionante particular (a dimensão da
fabrica). Teremos assim possivelmente, uma coleção de vários pares de curvas (CM,
Cm), cada uma relativa a uma dimensão de fábrica.
![]() |
|||||||
![]() |
|||||||
![]() |
|||||||
![]() |
|||||||
Mas
quando analisarmos a longo prazo, por definição, todo e variável. No fundo
equivale a planear a produção antes de qualquer decisão de dimensão da fábrica,
podendo escolher qualquer uma. Então, existem varias situações (dimensões de
fabricas) possíveis e todas são tomadas simultaneamente em conta. Para produzir
certo montante como a escolha e livre naturalmente será escolhido o custo medio
menor. Assim, a curva de custo medio de longo prazo e definida como mínimo das
curvas do curto prazo (em termos matemáticos, a envolvente inferior).
![]() |
Assim,
para certo conjunto de valores de produção o melhor é utilizar certa dimensão
da fábrica. Mas a partir de certa altura fica mais barato variar a dimensão
(aumentar, por exemplo), passando para outro par de curvas de curto prazo (CM, Cm)
isso eh possível realizar porque estamos a fazer a análise a longo prazo caso
em que eh possível alterar a dimensão da fábrica sem problemas.
Uma
vez definida a curva dos médios do longo prazo como o mínimo pra cada Q dos
vários custos médios de curto prazo, é possível calcular o crescimento de custo
total em cada unidade calculando a curava dos custos marginais de longo prazo
(que, ao contrario dos custos médios, não tem de ter nada em com um com as
curvas de custo marginais de curto prazo)
Através
desses vários exercícios podem caracterizar o padrão de custos de uma empresa,
e consequentemente, caracterizar em termos económicos uma dada tecnologia. Este
padrão de custos como se disse atrás, e tudo que e necessário saber de uma
tecnologia para tomar a decisão de quanto produzir.
Estrutura do Mercado
Como
sabemos, para além da tecnologia que possuímos, o que um produtor produz
depende crucialmente do tipo de mercado em que nele se situa. Uma empresa, com
uma dada tecnologia, comporta-se de maneira diferente se e a única produtora de
um bem, se tem dois concorrentes, ou se e uma entre muitas empresas produtoras
desse bem. A quantidade que ela vai lançar no mercado será muito diferente nos
três casos. E destes factos que vai depender a curva da oferta que, não se
esqueça e o objetivo de todo este esforço.
Pode-se
perguntar: então a estrutura do mercado não afeta a curva da procura?
A
resposta e indiscutivelmente afirmativa. A razão por que, ao estudarmos o
consumidor não refletimos esta questão vem do facto de termos implicitamente
assumido uma estrutura particular de mercado. Na verdade, ao dizermos que o
consumidor não afetava os preços isso queria dizer que o consumidor estava em
concorrência.
O
número de diferentes produtos de mercado varia de autor para autor.
Alguns
autores conseguiram enumerar mais de 900 tipos de mercados diferentes, para
esta análise, muito preliminar iremos referir 4 situações gerais diferentes do
mercado:
-
Muitos produtores iguais – concorrência perfeita
-
Muitos produtores diferentes – concorrência monopolística
-
Um só produtor – monopólio
-
Poucos produtores – oligopólio
Adiante
trataremos estas diferentes situações, mais antes vamos procurar definir, com
um pouco mais de rigor, o que e um mercado. Um mercado não e necessariamente um
local ou um edifício, nem e o gráfico da procura e da oferta. Um mercado e todo
arranjo pelo qual produtores e consumidores se encontram, e trocam um bem,
fixando o preço e a quantidade transacional. Esse arranjo pode ser um local, um
computador, uma relação telefónica.
Um
mercado e, pois, definido pelos consumidores e produtores que entram em
relação. Se existem, por qualquer razão, poucos contactos entre os agentes de
uma zona com o das outras zonas diferentes, diz-se que são dois mercados diferentes
ou que o mercado esta segmentado. Uma fronteira, dificuldades de comunicação ou
obstáculos de legais podem estar na origem dessa segmentação que, ao reduzir o
número possível de trocas reduz a eficiência da situação.
Todas
estas questões se relacionam com as dificuldades de definir claramente as
fronteiras de um mercado. Mais a regra geral para definir um mercado e usar o
preço. Se o preço for igual em zonas diferentes o mercado e o mesmo. Na
verdade, se o preço subir numa zona acima do de outra e eles estiverem ligados,
a quantidade procurada desce e a oferecida sobe, o que torna a alinhar os
preços. Se existir separação entre mercados a disparidade dos preços mante-se.
Alguns
dos problemas na definição de um mercado vem das características de alguns bens.
E relativamente fácil isolar o mercado da batata mais o mercado do dos
automóveis já apresenta algumas dificuldades. Será o mercado de automóveis ou
mercado de certa marca? Ou de certo modelo dentro da marca? E como separa-lo do
mercado das furgonetas ou das motoretas? No mercado livreiro isso ainda e mais
difícil. Como misturar o mercado dos manuais de economia e dos livros aos
quadradinhos ou das revistas de moda? Para o consumidor isto são produtos
totalmente diferentes, mais para o produtor (o editor e o livreiro, e não o
autor).
Considerações finais
A Teoria de produção propriamente dita preocupa-se com a relação
técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de
fatores de produção (imputs), enquanto a Teoria dos Custos de Produção
relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores de
produção. Ou seja, a Teoria da Produção trata apenas de relações físicas,
enquanto a Teoria dos Custos de Produção envolve também os preços dos insumos.
Conceitos básicos da Teoria da Produção É o processo de
transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda no
mercado. É importante ressaltar que o conceito de produção não se refere apenas
aos bens físicos e materiais, mas também a serviços, como transportes,
atividades financeiras, comércio e outras atividades. No processo de produção,
diferentes insumos ou fatores de produção são combinados, de forma a produzir o
bem ou serviço final. As formas como esses insumos são combinados constituem os
chamados métodos de produção, que podem ser intensivos em mão-de-obra (utilizam
mais mão-de-obra em relação a outros insumos), intensivos em capital ou
intensivos em terra etc.
Bibliografia
DAS
NEVES, João Luís Cesar, Introdução a Economia, 5ª Edição













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