1.
Introdução
Definido
de uma forma geral e simples, o meio envolvente de uma empresa é o contexto em
que ela existe e realiza a sua actividade e que, de algum modo, influencia a
forma como se comporta e desenvolve.
Mas
se o conceito de meio envolvente na sua essência não oferece dúvidas nem é
objecto de controvérsias, a forma como pode ser apreendido e analisado de modo
a tornar-se relevante para a condução da actividade empresarial já obriga a
opções que podem ser de resolução difícil.
As
formas de apreensão do meio envolvente propostas na literatura existente são
múltiplas e referem-se a vertentes que, podendo por vezes sobrepor-se, dão
ênfase a aspectos muito diversos. Isto significa que, na prática, se torna
importante em primeiro lugar clarificar o sentido pertinente do conceito e, em
segundo lugar, as dimensões e níveis de análise mais apropriadas ao objectivo
que se pretende atingir.
1.1.
Objectivos
1.1.1.
Geral
· Compreender
sobre o meio envolvente das organizações
1.1.2.
Específicos
· Conceituar
o meio envolvente
· Estudar
os tipos de meio envolvente
· Analisar
sua importância para as organizações
1.2. Metodologia
Para
se alcançar os objectivos propostos, a metodologia deste trabalho estará
pautada em pesquisa bibliográfica.
Gil
(2010, p. 29), comenta:
A pesquisa bibliográfica
é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, essa
modalidade de pesquisa inclui material impresso como livros, revistas, jornais,
teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da
disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a
incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o
material disponibilizado na Internet.
2.
A envolvente das empresas/
organizações
“Os
ambientes das organizações são factores cruciais para compreender o que se
passa nelas e com elas, o que significa dizer, que nenhuma organização é uma
ilha em si mesmo.” (Richard Hall)
O
ambiente envolvente de uma organização oferece-lhe oportunidades e ameaças. As
empresas bem sucedidas conhecem a importância vital da observação e adaptação
constantes à envolvente cuja mudança é constante.
São
3 níveis de Factores:
· Macro
Factores ou Envolvente Contextual
· Factores
Próximos
· Factores
Centrais ou Envolvente Transaccional
2.1.
Macro factores
ou Ambiente Contextual
a)
O
ambiente demográfico
influencia
directamente a actividade das empresas visto que estas dependem dos mercados
que é constituído pela população. Se uma organização tiver a capacidade de
antever a evolução demográfica, quer do ponto de vista da dimensão,
distribuição em termos de idades ou nível educacional, de uma determinada zona
ou país, poderá agir em conformidade, e em antecipação, e obter excelentes
resultados. Exemplo: características da população – Natalidade diferente da Mortalidade,
mais envelhecimento, qualificações, nível de escolaridade, taxa de desemprego,
afectam a gestão.
b)
Ambiente
político:
As
decisões de marketing são muitas vezes afectadas pelas leis, medidas governamentais
e por grupos que influenciam e limitam as acções a tomar pelas organizações.
Variáveis
Estabilidade
política, Política económica, Enquadramento legal, Legislação laboral,
Restrições ao comércio, Leis anti-monopólio e Lobbying.
c)
O
ambiente natural
Abrange
recursos naturais, para os quais os profissionais de marketing, precisam estar
conscientes das ameaças e das oportunidades associadas. Devem considerar que
são a escassez de matérias-primas, o aumento do custo de energia, o aumento da
poluição e a intervenção governamental. Exemplo: O mar (pesca), Petróleo, Rios,
Sol, Poluição
d)
As
novas tecnologias
hoje
em dia é fundamental para as organizações conseguirem comunicar mais facilmente
com o mercado e o meio envolvente. É importantíssima para o desenvolvimento das
organizações. A evolução tecnológica exige novas qualificações e têm de ser
adquiridas antes e durante toda a vida profissional. O trabalho está a ser
invadido por tecnologia mais complexa, e o esforço físico pelo esforço mental.
Variáveis
Inovações
tecnológicas, Inovações de processo, Protecção de patentes, Incentivos do
governo e Normas de qualidade.
e)
Recursos
económicos:
São
as pessoas e o seu poder de compra que fazem com que existam mercados. E
aumentou a incerteza dos negócios. A empresa tem de ter em conta o aumento da
concorrência, pois as empresas competem não só com empresas europeias, mas
também com empresas de todo o mundo. O poder de compra numa economia, depende
do rendimento individual, dos preços, da poupança, do endividamento e da disponibilidade
de crédito.
Variáveis
Produto
interno bruto, Taxa de inflação, Taxa de juros, Taxa de câmbio, Taxa de
desemprego, Balança comercial, Custos energéticos e Taxa de poupança.
f)
O
ambiente cultural
É
constituído por instituições e factores que afectam os valores básicos, as
percepções, as atitudes e os comportamentos de uma determinada sociedade.
A
ambição que qualquer profissional de marketing conseguir prever mudanças
culturais de forma a reconhecer ameaças ou pelo contrário novas oportunidades
de negócio.
Variáveis
Estilos
de vida, Valores sociais, Taxa de natalidade, Estrutura etária, Taxa de
analfabetismo, Distribuição geográfica, Nível educacional e Composição étnica.
2.2.
Factores próximos
a) Comunicação social
É um
dos factores que condicionam totalmente. Deixam questões no ar, e a continuação
pode prejudicar o funcionamento da empresa. Exemplo: desfaz ou faz ministros,
governos, empresas e as pessoas que
ouvem acreditam..Temos assistido a campanhas contra o governo (1.º ministro
pela comunicação social). As grandes empresas tem bons departamentos de
comunicação. A Comunicação social também controla a opinião publica.
A opinião
publica é muito volátil, organizam-se podendo demonstrar seu desacordo por
manifestação.
b) Instituições financeiras
Antes
dos anos 60 As empresas conseguiam evoluir tendo um recurso eficiente aos
bancos, mas a partir dos anos 70, as empresas vivem da dívida. Se os bancos não
cederem empréstimos às empresas, estas não se aguentam e fecham. No dia em que
terminarem os financiamentos as empresas fecham.
c) Grupos de Pressão:
são
pessoas que se associam para se defenderem. Entre membros, há a tal
solidariedade que lhes permite evoluir. Estes grupos podem desequilibrar as
decisões governamentais: governos, finanças, segurança social. Exemplo: Ordem
dos médicos, instituições.
2.3. Factores centrais ou Ambiente
Transaccional
Clientes
(pessoas que apostam no produto da empresa, consumidores actuais constituem o
mercado ou a procura)
Fornecedores
(fornecem a matéria prima e ajudam a vender um produto a preço justo. Ter maus
fornecedores – menor qualidade de produtos, ou preços altos) pode ser
prejudicial para a empresa,
Colaboradores
(o mais importante na empresa – desde o gestor até ao mais simples – pois
tentam que uma empresa sobreviva – são o exército da empresa)
Accionistas
(aplicam na empresa o seu dinheiro, tem confiança na empresa, e condicionam
porque tem direitos nessa empresa)
Concorrência
(são os adversários da empresa; competidores actuais e potenciais, bem como
produtos substitutos, que satisfazem as mesmas necessidades do mercado; É
importante antecipar o conhecimento dos concorrentes e analisar as suas
estratégias: identificá-las e avaliar os seus pontos fortes e fracos e tentar
antecipar as suas próximas movimentações;)
Sindicatos e instituições,
as comissões de trabalhadores, o estado, associações patronais, entre outros
(poderosos grupos de expressão, têm uma decisão fortíssima
internamente. As associações sindicais e patronais podem influenciar, directa
ou indirectamente, a evolução dos mercados em que a empresa actua.
3.
Meio envolvente objectivo e
meio envolvente percebido
Uma
primeira questão é a de saber se o que é relevante para a empresa são as
condições objectivas que o meio envolvente lhe proporciona e que constituem o
enquadramento ambiental da sua actividade e, por isso, deverão ser consideradas
para a definição do comportamento estratégico, ou se, pelo contrário, o que
importa verdadeiramente é a forma como são percebidas e interiorizadas essas
condições.
As
duas perspectivas têm sido apresentadas, cada uma dando mais relevância a um
dos aspectos em detrimento do outro.
Considerar
como mais relevante o meio envolvente percebido, corresponde a não atribuir ao
meio envolvente objectivo, enquanto tal, importância decisiva para a estratégia
das empresas. Este, é sobretudo uma fonte de informações (Aldrich, 1979) que,
depois de “filtradas” pela percepção dos agentes decisores se tornam
“ingrediente” do processo de formulação e decisão internas.
O meio envolvente só se torna conhecido para a
organização através da percepção dos seus gestores (Anderson e Paine, 1975 e
Smart e Vertinsky 1984) e é tendo em conta essa percepção que se formam as
respostas estratégicas das empresas (Fombrun e Zajac, 1987).
Pelo
contrário, a consideração do meio envolvente objectivo corresponde a assumir
que são as condições concretas em que as empresas actuam que, em última
instância, contribuem ou determinam o sucesso ou insucesso da forma como
decidem desenvolver a sua actividade, independentemente da leitura mais ou
menos correcta que os agentes possam fazer da realidade.
Conceber
a envolvente deste modo não significa que os problemas de percepção não sejam
relevantes no processo de formação das estratégias, mas estes são um fenómeno
não externo mas interno, ligado à capacidade dos agentes na recolha,
organização, análise e selecção da informação relevante.
É neste sentido que Bourgeois III (1980:35)
afirma que “a consideração apenas do meio envolvente percebido relega os
investigadores mais para o estudo do estado psicológico de incerteza do que
para o estudo dos fenómenos extra-organizacionais, negando, deste modo, o
próprio conceito de meio envolvente”.
A distinção clara das duas perspectivas é
importante quer na forma de operacionalizar o conceito, quer na análise e
interpretação dos resultados. Medidas subjectivas dão principalmente informação
sobre o sujeito e não podem ser tratadas como características reais do meio
envolvente - a percepção das condições da envolvente estão em mutação
constante, reagindo a novos fluxos de informação que permitem reordenar e
reinterpretar os fenómenos considerados relevantes, podendo não corresponder a
alterações efectivamente ocorridas.
Contudo,
as duas perspectivas estão interligadas no processo de formulação das
estratégias. O esforço de apreensão do meio envolvente objectivo é
indispensável para uma correcta avaliação das condições externas que a empresa
tem de enfrentar, mas a capacidade de analisar, identificar e interpretar os
aspectos relevantes para a empresa é igualmente importante neste processo.
4.
Considerações Finais
Os
gestores, independentemente dos tipos de organizações, devem saber como é que
as forças ambientais podem afectar as suas actividades e decisões, de modo que,
possam reagir a ameaças potenciais, reconhecimento de oportunidades e
planeamento do futuro. Se os gestores ignorarem o ambiente, que os rodeia,
podem correr o risco de falharem, no que diz respeito ao processo de alcançar
os seus objectivos. Esta análise, do meio ambiente, visa ajudar os gestores a
alcançarem os seus objectivos organizacionais, porque este ambiente engloba
todas as forças que podem influenciar a organização
5.
Referencias bibliográficas
TEIXEIRA,
S. - Gestão das Organizações. 2ª Ed., Lisboa: Mcgraw-Hill, 2005.
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