Índice
1. Introdução
Durante maior parte das nossas vidas, somos
membros integrantes de alguma organização. Algumas destas organizações
apresentam-se como formais e outras menos estruturadas como informais, mas
todas elas possuem elementos comuns.
O presente trabalho propõe realizar o estudo
profundo sobre a Teoria das Relações Humanas; Teoria Geral dos Sistemas;
Administração Holística e Learning Organization. Esta disposição dos temas,
corresponde a estrutura do mesmo.
A Teoria das Relações Humanas a quando do seu
surgimento provoca uma grane revolução na administração, pois, ela veio mudar
drasticamente a ênfase, que antes era nas tarefas
e estrutura, e agora nas pessoas. Ela centrava-se na análise do
trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho e adaptação do trabalhado ao
trabalhador.
Entretanto, abordagem sistémica da organização
trouxe uma nova forma de ver as coisas, no que tange ao enfoque do todo e das
partes, do dentro e do fora, do total e da especialização, da eficiência e da
eficácia. Com surgimento da Teoria Geral dos Sistemas, a organização passou a
ser vista para além dos grupos, isto é, olha-se a organização como um todo. Assim,
ela constitui sistema dentro de outro sistema.
Na administração holística procuramos entender
como esta abordagem integra os conceitos defendidos por outros modelos de
administração: modelo japonês; administração por objetivos e desenvolvimento
organizacional.
Avançamos que as learning organizations são
organizações aprendizes, capazes de se renovar e inovar continuamente. Resulta
da crescente complexidade das operações nas empresas que exigem dos gestores e
seus colaboradores certas capacidades e habilidades que podem ser adquiridas
através do learning (aprendizagem), favorecendo desta forma a melhoria contínua
dos seus processos.
2. Objectivos
2.1. Geral:
- Conhecer as principais
contribuições das teorias administrativas propostas neste trabalho.
2.2. Específicos:
· Identificar as origens,
precursores, contexto do surgimento da teoria das relações humanas e resultados
da experiência de Hawthorne;
· Enunciar as principais
contribuições da teoria sistémicas nas organizações;
· Descrever os contornos das
novas teorias de administração e seu papel nas organizações.
2.3. Metodologia
Segundo SERRA (2002, P. 58), método é
um conjunto de regras ou critérios que servem de referência no processo de
busca da explicação ou de elaboração de previsões, em relação a questões ou
problemas específicos. E na perspectiva de MARCONI &LAKATOS (1991) o método
é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança
e economia, permite alcançar o objectivo, conhecimentos validos e verdadeiros,
traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista.
Pesquisa é um conjunto de acções, propostas para encontrar a
solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e
sistemáticos. As pesquisas, conforme as abordagens metodológicas que englobam,
são classificadas em dois grupos distintos – o quantitativo e o qualitativo. O
primeiro obedece ao paradigma clássico (positivismo) enquanto o outro segue o
paradigma chamado alternativo (VERGARA, 2004).
Nesta
pesquisa utilizou-se o tipo de pesquisa qualitativo, por ser se mostrar
apropriado para a concretização dos objectivos através do método bibliográfico que consistiu na
pesquisa de termos relacionados com o tema.
3. Teoria das relações humanas
3.1. Contexto de surgimento
A Teoria das Relações Humanas (ou
Escola Humanística da Administração) surgiu nos Estados Unidos por
volta de 1930, como
consequência das conclusões da Experiências de Howthorne, desenvolvida por Elton
Mayo e colaboradores, quando o governo americano através do Conselho Nacional
de Pesquisa, encomendou um trabalho a Academia Nacional de Ciências dos Estados
Unidos, para verificar a “correlação entre produtividade e luminosidade”.
(Sabe-se que a
experiência fora encomendada para verificar a insatisfação dos trabalhadores e
o crescimento dos sindicatos, causando certo temor à classe patronal, pois
havia forte tendência de insatisfação entre a classe operária aliada a
desumanização do trabalho).
Este movimento surge como resposta e
oposição à Teoria Clássica da Administração.
A abordagem humanística
começou logo após a morte de Taylor (1915), mas somente a prática da década de
30 mereceu aceitação nos eua, em
razão de suas características democráticas, sendo sua divulgação pelo mundo só
surgiu após o término da Segunda Guerra Mundial.
3.2. Antecedentes
De acordo com CHIAVENATO (: 103), a
Teoria das Relações Humanas tem suas origens nos seguintes factos:
- A necessidade de
humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos
rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões
de vida do povo americano. Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas se
revelou um movimento tipicamente americano e voltado para a democratização
dos conceitos administrativos.
- O desenvolvimento das
ciências humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente
influência intelectual e suas primeiras aplicações à organização
industrial. As ciências humanas vieram demonstrar a inadequação dos
princípios da Teoria Clássica.
- As idéias da filosofia
pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram fundamentais
para o humanismo na Administração. Elton Mayo é o fundador da escola.
Dewey e Lewin também contribuíram para sua concepção. A sociologia de
Pareto foi fundamental.
- As conclusões da
Experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de
Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria
Clássica da Administração.
3.3. Evolução conceitual da Teoria das
Relações Humanas
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01
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Abordagem básica
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Ciência social aplicada – adaptação do homem à
organização e vice-versa
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02
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Modelo de homem
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Racional-emocional: motivado por sentimentos e
critérios “não racionais”
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03
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Comportamento do individuo
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Animal social: carente de apoio e de participação
grupal; reage como membro do grupo social
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04
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Comportamento funcional do
individuo
|
Não padronizável: diferenças individuais justificam
métodos diferentes
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05
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Incentivação
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Psicológica: apoio, elogio e consideração
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06
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Fadiga
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Psicológica: monotonia e rotinização; ausência de
criatividade; subutilização de aptidões
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07
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Unidade de análise
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Grupo: relações humanas; relações intercargos; moral
do grupo
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08
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Conceito de organização
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Sistema social: conjunto de papeis
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09
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Representação gráfica
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Sociograma: relações percebidas, desejadas,
rejeitadas e reais entre as pessoas.
|
3.4. Principais representantes
· George Elton Mayo (1880-1949)
Considerado o “pai das relações humanas”,
coordenou a experiência deHawthorne, realizada na Western Electric
Company, que ficava no bairro de Hawthorne na cidade de Chicago. Essa
experiência iniciou-se em 1927, foi interrompida em 1929 pela crise, e
prolongada até 1932.
· Mary Parker Follet
Cientista social, pioneira na
introdução da psicologia no comércio, indústria e governo. Nos seus estudos
defendia principalmente a criatividade, motivação e cooperação.
· Robert
Owen
Filantropo e humanitário, sendo que foi outro precursor da teoria humanística.
O seu foco de acção era a organização de vilas-modelo para operários, plantio
de árvores, construção de jardins, banho de chuveiro em suas fábricas,
toaletes, escola para crianças e operários, etc.
· Oliver
Sheldon
Em 1923, apresentou uma filosofia de administração, na qual afirma que
uma empresa “tem alma” e que tem “responsabilidades sociais”.
3.5. A Experiência de Hawthorne
Em 1924, a Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos fez uma pesquisa para verificar a correlação entre
produtividade e iluminação do local de trabalho, dentro dos pressupostos da
Administração Científica. Pouco antes, Mayo conduzira uma pesquisa em uma
indústria têxtil com elevadíssima rotatividade de pessoal ao redor de 250% ao
ano e que havia tentado inutilmente vários esquemas de incentivos salariais.
Mayo introduziu um intervalo de descanso, delegou aos operários a decisão sobre
horários de produção e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo, emergiu um
espírito de grupo, a produção aumentou e a rotatividade do pessoal diminuiu.
(CHIAVENATO, 2014: 104)
Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas
iniciou uma experiência na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company,
situada em Chicago, para avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos
operários, medida por meio da produção. A experiência foi coordenada por Elton
Mayo, e estendeu-se à fadiga, aos acidentes no trabalho, à rotatividade do
pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade
do pessoal. Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram
prejudicados por variáveis de natureza psicológica. Tentaram eliminar ou
neutralizar o factor psicológico, então estranho e impertinente, o que fez a
experiência se prolongar até 1932. (idem)
3.5.1. Primeira fase da experiência de
Hawthorne
Na primeira fase da experiência foram
escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em condições
idênticas: um grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz variável,
enquanto o grupo de controlo tinha intensidade constante. Pretendia-se conhecer
o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. Os observadores não
encontraram correlação directa entre ambas as variáveis, mas verificaram,
desapontados, a existência de uma variável difícil de ser isolada,
denominadafactor psicológico: os operários reagiam à experiência de acordo com
suas suposições pessoais, ou seja, eles se julgavam na obrigação de produzir
mais quando a intensidade de iluminação aumentava e, o contrário, quando
diminuía. Comprovou-se a preponderância do factor psicológico sobre o factor
fisiológico: a eficiência dos operários é afectada por condições
psicológicas. 8 Reconhecendo o factor psicológico apenas quanto à sua
influência negativa, os pesquisadores pretenderam isolá-lo ou eliminá-lo da
experiência, por considerá-lo inoportuno.
3.5.2. Segunda fase da experiência da
Hawthorne
A segunda fase da experiência começou
em 1927. Foi criado um grupo de observação (ou grupo experimental): cinco mulheres
montavam os relés, enquanto uma sexta operária fornecia as peças para abastecer
o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (onde estava o grupo
de controle) por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era idêntico
ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com um
contador de peças que marcava a produção em fita perfurada.
A produção foi o índice de comparação
entre o grupo experimental (sujeito a mudanças nas condições de trabalho) e o
grupo de controlo (trabalho em condições constantes).
O grupo experimental tinha um
supervisor, como no grupo de controlo, além de um observador que permanecia na
sala e observava o trabalho e assegurava o espírito de cooperação das moças.
Elas foram convidadas para participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos
seus objectivos: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de
trabalho (períodos de descanso, lanches, redução no horário de trabalho etc.).
Eram informadas a respeito dos resultados e as modificações eram antes
submetidas a sua aprovação. Insistia-se para que trabalhassem dentro do normal
e que ficassem à vontade no trabalho.
A pesquisa com o grupo experimental foi dividida em 12
períodos, para observar sua produção:
- Este período durou duas
semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições normais de
trabalho (2.400 unidades semanais por força) que passou a ser comparada
com a dos demais períodos.
- Este período durou cinco
semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-se
as condições e o horário de trabalho, normais e medindo-se o ritmo de
produção. Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.
- Neste período
modificou-se o sistema de pagamento. No grupo de controle havia o
pagamento por tarefas em grupo. Os grupos eram numerosos - compostos por
mais de cem moças -; as variações de produção de cada moça eram diluídas
na produção e não se refletiam no salário individual. Separou-se o
pagamento do grupo experimental e, como ele era pequeno, os esforços
individuais repercutiam diretamente no salário. Esse período durou oito
semanas. Verificou-se aumento de produção.
- Este período marca o
início da introdução de mudanças no trabalho: um intervalo de cinco
minutos de descanso no período da manhã e outro igual no período da tarde.
Verificou-se novo aumento de produção.
- Neste período os
intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada,
verificando-se novo aumento de produção.
- Neste período
introduziu-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A
produção não aumentou, havendo queixas das moças quanto à quebra do ritmo
de trabalho.
- Neste período voltou-se
a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um lanche
leve. A produção aumentou novamente.
- Neste período foram
mantidas as mesmas condições do período anterior, e o grupo experimental
passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17 horas, como o grupo de
controle.Houve acentuado aumento da produção.
- Neste período o grupo
experimental passou a trabalhar até às 16 horas. A produção permaneceu
estacionária.
- Neste período o grupo
experimental voltou a trabalhar até às 17 horas, como no 72. A produção
aumentou bastante.
- Neste período
estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária
do grupo experimental continuou a subir.
- Neste período voltou-se
às mesmas condições do 32 período, tirando-se todos os benefícios dados,
com o assentimento das moças. Esse período, último e decisivo, durou 12
semanas.
Inesperadamente, a produção atingiu
um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por moça).
As condições físicas de trabalho
foram iguais nos 72, 102 e 122 períodos. Contudo, a produção aumentou
seguidamente de um período para o outro.
No 11º período, um ano após o início
da experiência, os pesquisadores perceberam que os resultados eram estranhos.
Havia um factor psicológico que já havia aparecido na experiência anterior
sobre iluminação.
A experiência da sala de montagem de relés trouxe as
seguintes conclusões:
- As mulheres gostavam de
trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda (ao
contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia
trabalhar com liberdade e menor ansiedade;
- Havia um ambiente
amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida, o que aumentava
a satisfação no trabalho;
- Não havia temor ao
supervisor, pois esse funcionava como orientador;
- Houve um desenvolvimento
social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e
tornaram-se uma equipe;
- O grupo desenvolveu objectivos
comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado a
trabalhar normalmente.
3.5.3. Terceira fase da experiência de
Hawthorne
Preocupados com a diferença de atitudes
entre as moças do grupo experimental e as do grupo de controlo, os
pesquisadores se afastaram do objectivo inicial de verificar as condições
físicas de trabalho e passaram a se fixar no estudo das relações humanas no
trabalho. Verificaram que, no grupo de controlo, as moças consideravam
humilhante a supervisão vigilante e constrangedora. Apesar de sua política
pessoal aberta, a empresa pouco ou nada sabia acerca dos factores determinantes
das atitudes das operárias em relação à supervisão, aos equipamentos de
trabalho e à própria organização.
Assim, em 1928, iniciou-se o Programa
de Entrevistas (Interviewing Program) com os empregados para conhecer suas
atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento que
recebiam, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores.
O programa foi bem recebido entre operários e supervisores e os resultados se
mostraram animadores. Em função disso, foi criada a Divisão de Pesquisas
Industriais para ampliar o programa de entrevistas e entrevistar anualmente
todos os empregados. Para uma empresa com mais de 40.000 empregados, o plano se
revelou ambicioso. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21.126
empregados. Em 1931 adoptou-se a técnica da entrevista não-directiva, que permitia
que os operários falassem livremente, sem que o entrevistador desviasse o
assunto ou tentasse impor um roteiro prévio.
Com a organização informal, os
operários se mantêm unidos através de laços de lealdade. Quando o operário
pretende também ser leal à empresa, essa lealdade dividida entre o grupo e a
companhia traz conflito, tensão, inquietação e descontentamento. Para estudar
esse fenómeno, os pesquisadores desenvolveram uma quarta fase da experiência.
3.5.4. Quarta fase da experiência de
Hawthorne
Foi escolhido um grupo experimental
para trabalhar em uma sala especial com condições de trabalho idênticas às do
departamento. Um observador ficava dentro da sala e um entrevistador do lado de
fora entrevistava o grupo. Essa experiência visava analisar a organização
informal dos operários.
O sistema de pagamento era baseado na
produção do grupo, havendo um salário-hora com base em factores e um salário
mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Os salários só podiam
ser maiores se a produção total aumentasse. Assim que se familiarizou com o
grupo experimental, o observador pôde constatar que os operários dentro da sala
usavam várias artimanhas -logo que os operários montavam o que julgavam ser a
sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a
apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo
desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes, considerando delator o membro
que prejudicasse algum companheiro e pressionando os mais rápidos para
"estabilizarem" sua produção por meio de punições simbólicas. Essa
quarta fase permitiu o estudo das relações entre a organização informal dos
empregados e a organização formal da fábrica.
A Experiência de Hawthorne foi
suspensa em 1932 por motivos financeiros. Sua influência sobre a teoria
administrativa foi fundamental, abalando os princípios básicos da Teoria
Clássica então dominante.
3.5.5. Conclusões da experiência de
Hawthorne
A Experiência de Hawthorne
proporcionou o delineamento dos princípios básicos da Escola das Relações
Humanas. Suas conclusões são as seguintes:
- O nível de produção é resultante da integração social
O nível de produção não é determinado
pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria
Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social
do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido.
Quanto maior a integração social no
grupo de trabalho, tanto maior a disposição de produzir. Se o empregado
apresentar excelentes condições físicas e fisiológicas para o trabalho e não
estiver socialmente integrado, sua eficiência sofrerá a influência de seu
desajuste social.
- Comportamento social dos empregados
O comportamento do indivíduo se apoia
totalmente no grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como
indivíduos, mas como membros de grupos. A qualquer desvio das normas grupais, o
trabalhador sofre punições sociais ou morais dos colegas, no intuito de se
ajustar aos padrões do grupo. Enquanto os padrões do grupo permanecerem
imutáveis, o indivíduo resistirá a mudanças para não se afastar deles.
- Recompensas e sanções sociais
O comportamento dos trabalhadores está
condicionado a normas e padrões sociais. Os operários que produziram acima ou
abaixo da norma socialmente determinada perderam o respeito e a consideração
dos colegas. Os operários preferiram produzir menos - e ganhar menos - a pôr em
risco suas relações amistosas com os colegas. Cada grupo social desenvolve
crenças e expectativas em relação à Administração. Essas crenças e expectativas
- sejam reais ou imaginárias - influem nas atitudes e nas normas e padrões de
comportamento que o grupo define como aceitáveis. As pessoas são avaliadas pelo
grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento: são bons colegas se
seu comportamento se ajusta a suas normas e padrões de comportamento ou são
péssimos colegas se o comportamento se afasta delas.
- Grupos informais
Enquanto os clássicos se preocupavam
com aspectos formais da organização (como autoridade, responsabilidade,
especialização, estudos de tempos movimentos, princípios gerais de
Administração, departamentalização etc.), os autores humanistas ' concentravam
nos aspectos informais da organização (como grupos informais, comportamento dos
empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc.). A empresa passou a
ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais
informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da
empresa, ou seja, com os propósitos definidos pela empresa. Os grupos informais
constituem a organização humana da empresa, muitas vezes em contraposição à
organização formal estabelecida pela direcção. Os grupos informais definem suas
regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objectivos,
escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai
assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.
- Relações humanas
No local de trabalho, as pessoas
participam de grupos sociais dentro da organização e mantêm-se em uma constante
interacção social. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a
Teoria das Relações Humanas passou a estudar essa interacção social. As
relações humanas são as acções e as atitudes desenvolvidas a partir dos contactos
entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e
diferenciada que influi no comportamento e nas atitudes das outras com quem
mantém contactos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas outras. As
pessoas procuram ajustar-se às demais pessoas e grupos: querem ser
compreendidas, aceitas e participar, no intuito de atender a seus interesses e
aspirações pessoais.
O comportamento humano é influenciado
pelas atitudes e normas informais existentes nos grupos dos quais participa. É
dentro da organização que surgem as oportunidades de relações humanas, devido
ao grande número de grupos e interacções resultantes. A compreensão das
relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus
subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a
exprimir-se de forma livre e sadia.
- Importância do conteúdo do cargo
A especialização não é a maneira mais
eficiente de divisão do trabalho. Embora não tenham se preocupado com esse
aspecto, Mayo e seus colaboradores verificaram que a especialização proposta
pela Teoria Clássica não cria a organização mais eficiente. Observaram que os
operários trocavam de posição para variar e evitar a monotonia, contrariando a
política da empresa. Essas trocas provocavam efeitos negativos na produção, mas
elevavam o moral do grupo. O conteúdo e a natureza do trabalho têm influência
sobre o moral do trabalhador. Trabalhos simples e repetitivos tornam-se
monótonos e maçantes afectando negativamente a atitude do trabalhador e
reduzindo a sua satisfação e eficiência.
- Ênfase nos aspectos emocionais
Os elementos emocionais não
planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da
Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos
autores humanistas.
3.6. Decorrências da teoria das relações
humanas

Fig.1.: Enfoque manipulativo da Teoria das
Relações Humanas
O Conceito de homo
economicus, passa a ser substituído por homem social. A experiência de Hawthorne
demonstrou que o pagamento ou recompensa salarial não é o único fator decisivo
na satisfação do trabalhador. O homem é motivado mais por recompensas sociais,
simbólicas e não materiais.
3.6.1. As necessidades humanas básicas
A Teoria das Relações Humanas constatou a existência de
certas necessidades humanas fundamentais. Verificou-se que o comportamento
humano é determinado por causas que, às vezes ao próprio entendimento e
controlo da pessoa humana (CHIAVENATO, 2014: 119).
Esses motivos ou forças conscientes ou inconscientes levam
o indivíduo a um determinado comportamento. E todo comportamento humano é
motivado. Verificou-se que a motivação no sentido psicológico é a tensão, que
leva o indivíduo a alguma forma de comportamento, almejando alcançar uma
satisfação.
O homem é considerado um animal dotado de necessidades que
se alteram ou se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade,
surge outra em seu lugar e assim por diante, contínua e infinitamente. Por consequência disto surge o Ciclo Motivacional, segundo
Kurt Lewin a seguir ilustrado.
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- O Organismo Humano
permanece em estado de equilíbrio psicológico, até que um estímulo
provoque uma necessidade.
- Esta necessidade provoca
um estado de tensão.
- A tensão conduz a um
comportamento ou acção, capaz de atingir alguma forma de satisfação daquela
necessidade.
- Se a necessidade for
satisfeita, o indivíduo retorna ao ponto de equilíbrio, até que outro
estímulo sobrevenha.
3.7. Apreciação crítica da teoria das
relações humanas
Ao final da década de 1950, a teoria
das relações humanas entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada,
culminando com a revisão e alteração das suas concepções. As principais
críticas à teoria das Relações Humanas foram:
1.
Oposição cerrada à Teoria Clássica: divergência nos factores
decisivos, no foco e ignorância dos factos observados pela outra teoria sem no
entanto se dar tempo para censurá-la.
2.
Inadequada visualização dos problemas de relações industriais:
interpretação inadequada e distorção dos problemas de relações industriais
(causas, intervenientes e consequências).
3.
Concepção ingénua e romântica do operário: os autores da década 1940 e
1950 imaginavam um trabalhador feliz, produtivo e integrado no ambiente.
Contudo, essa imagem nem sempre foi verificada por pesquisas posteriores, que
descobriram a existência de trabalhadores felizes e improdutivos, bem como
infelizes e produtivos.
4.
Limitação do campo experimental:limitava-se na observância de factos
que ocorrem num só ambiente organizacional - a fábrica - deixando outros tipos
de organização como bancos, hospitais, universidades de lado, o que reduz a sua
aplicabilidade em diversos campos.
5.
Parcialidade das conclusões: enquanto a Teoria Clássica se
restringiu à organização formal, a Teoria das Relações Humanas limitou-se na
organização informal, por défice de variáveis.
6.
Ênfase nos grupos informais: centra-se no estudo dos grupos
primários como seu principal campo de actuação. Supervaloriza a coesão grupal
como condição de elevação da produtividade.
7.
Enfoque na manipulação das relações humanas: desenvolvimento de
estratégia manipulativa de enganar operários e fazê-los trabalhar mais e exigir
menos. Tal estratégia visava a modificação do comportamento do empregado a
favor dos objectivos da administração.
4. Teoria Geral dos Sistemas
Segundo CHIAVENATO (2003), “a Teoria
Geral de Sistemas (TGS) surge com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig von
Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968”.
Uma de suas afirmativas é de que as
propriedades de um sistema não podem ser descritas em termos de separação de
seus elementos. A visão deve ser integral, ou seja, na sua totalidade,
envolvendo suas partes que são interdependentes.
4.1. Pressupostos básicos da teoria
geral de sistemas
1.
Existe uma tendência para a integração das ciências naturais
e sociais;
2.
Essa integração parece orientar-se rumo a uma teoria dos
sistemas;
3.
A teoria dos sistemas constitui o modo mais abrangente de
estudar os campos não físicos do conhecimento científico, como as ciências
sociais;
4.
A teoria dos sistemas desenvolve princípios unificadores que
atravessam verticalmente os universos particulares das diversas ciências
envolvidas, visando ao objectivo da unidade da ciência.
5.
A teoria dos sistemas conduz a uma integração ma educação
científica.
Estes pressupostos traduzem-se nas
seguintes premissas:
- Os sistemas existem
dentro de outros sistemas
- Os sistemas são abertos
- As funções de um sistema
dependem de sua estrutura.
Desta forma, podemos conceituar
sistema, como sendo um conjunto de elementos interdependentes e interagem um
com outro ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado
(CHIAVENATO, 2003: 475).
As características básicas de
um sistema são:
- Propósito ou objectivo- todo sistema tem um ou
alguns propósitos ou objectivos.
- Globalismo ou totalidade- todo sistema tem uma
natureza orgânica, pela qual uma acção que produza mudança em uma das
unidades do sistema deverá produzir mudanças em todas as suas outras
unidades.
4.2. Tipologias de sistemas
- Quanto a constituição: sistemas físicos ou
concretos; sistemas abstractos ou conceituais.
- Quanto a natureza: fechados (sem interacção
com o meio ambiente); sistemas abertos (com relação de intercâmbio com o
ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas)
Os sistemas são caracterizados por
determinados parâmetros
Esses parâmetros são:
- Entradas ou insúmos
(inputs) - são as forças de arranque ou de partida do sistema. São os
ingressos de material ou energia que inicia o sistema
- Processamento ou
transformação (througputs) - fenómeno que produzi alteração ou conversão
- Saída ou resultado ou
produto (output) - é a finalidade do sistema - as saídas podem estar de
acordo com o planejado ou não.
- Retroacção ou
realimentação (feedback) -é a função do sistema que objectiva comparar a saída com
o critério estabelecido previamente pelo padrão.
- Ambiente- meio que envolve
externamente o sistema. Serve como fonte de energia, materiais e
informação ao sistema.
4.3.
A organização como um sistema aberto
As organizações
são abordadas como sistemas abertos, pois o seu comportamento é probabilístico;
e não-determinístico, as organizações fazem parte de uma sociedade maior,
constituídas de partes menores; existe uma interdependência entre as partes das
organizações; a organização precisa alcançar uma homeostase ou estado firme; as
organizações possuem fronteiras ou limites mais ou menos definidos; têm
objectivos; caracterizam-se pela morfogénese.
4.4. Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas
A Teoria de Sistemas desenvolveu os
conceitos dos estruturalistas e behavioristas, pondo-se a salvo das suas
críticas.
Uma apreciação crítica da Teoria de
Sistemas revela os seguintes aspectos:
- Confronto entre teorias
de sistema aberto e sistema fechado: os sistemas abertos trocam
energia e informação com seus ambientes e são por eles influenciados. A
abordagem de sistema aberto trouxe uma nova e moderna concepção para a
Administração. Ao contrário da abordagem de sistema aberto, a velha
perspectiva de sistema fechado levou a TGA à limitação da teoria
administrativa às regras de funcionamento interno; A perspectiva de
organização como sistema fechado levou à insensibilidade da teoria
administrativa tradicional.
- Características básicas
da análise sistémica;
- Carácter integrativo e
abstracto da teoria de sistemas;
- O efeito sinérgico das
organizações como sistemas abertos
- O homem funcional: a teoria de sistemas
utiliza o conceito de “homem funcional” em contraste com o conceito do “homo
economicus” da Teoria Clássica, do “homem social” da Teoria Estruturalista
e do “homem administrativo” da teoria Behaviorísta.
Apesar do enorme impulso, a Teoria de
Sistemas ainda carece de melhor sistematização e detalhamento, pois sua
aplicação prática é ainda incipiente.
5. Administração Holística
Para compreendermos a gestão holística é
necessário esclarecer o que é holismo.
De origem grega, a palavra “holos”= “todo”. Na concepção
holística, não só as partes de cada sistema se encontram no todo, mas os
princípios e leis que regem o todo se encontram em cada uma das partes e todos
os fenômenos se interligam e se interpenetram de forma global. Além disso, o
todo é concebido como uma realidade não-somativa, ou seja, não são as partes
que determinarão as características do todo, mas o todo que determina as
características das partes. Logo, a visão holística pode ser considerada a
forma de perceber a realidade e a abordagem sistêmica[1].
Segundo Pierre Weil (1991), ”a
abordagem holística propõe uma visão não fragmentada da realidade, onde sensação,
sentimento, razão e intuição se equilibram e se reforçam”.
O holismo aplicado à administração
tem base que a empresa não pode ser vista como um conjunto de departamentos que
executam atividades isoladas, mas comoum conjunto único, um sistema aberto em contínua
interação. Adotando a visão de totalidade dentro da empresa, o lucro deixa de
sero objetivo, para tornar-se consequência de todos os processos da empresa; o
RH deixa de ser despesa e o cliente deixa de ser receita, para se tornarem
parte do todo da empresa. A mesma ganha uma nova visão valorizando todos os
processos e departamentos e tendo consciência que todos são importantes para a
organização. Logo, a abordagem holística traz a percepção da organização como
uma serie de processos e atividades interligadas.
A gestão holística propõe uma
integração de conceitos defendidos por outros modelos de administração, como: a
valorização da intuição, preconizada pelo modelo japonês; o desenvolvimento
pessoal, defendido pela administração por objetivos e a interação valorizada
pelo desenvolvimento organizacional.
As organizações reproduzem em
pequenas escalas as configurações e dimensões do universo. Logo, os desenhos
das organizações actuais deveria ser uma estrutura de holograma, sem forma ou
limites definidos, adaptáveis às circunstâncias, com linhas hierárquicas
simplificadas e muitos canais de comunicação e trabalho matricial ou em redes,
formando-se equipes interdisciplinares para resolver os desafios que enfrenta a
organização. Além disso, um pensamento deve ser levado em consideração: a
relação hologramática entre as partes e o todo. Assim deve-se criar no homem a
ideia de viver em harmonia com a natureza, como parte integrante dela, de quem
é reflexo e a quem se modifica, e esta necessidade de que se crie uma nova
consciência ecológica e se desenvolva uma nova postura ética é tarefa do
gerenciamento holístico.
5.1. As principais práticas da
Administração Holística:
1.
Quanto aos objetivos: integração dos objetivos
organizacionais com os objetivos individuais de auto realização pessoal e
profissional;
2.
Quanto à estrutura: A organização passa a não depender
de uma estrutura formal, sendo baseada em diversas células autônomas de
produção (ou de serviços) resultando em uma estrutura policelular;
3.
Quanto ao comportamento individual e grupal: A equipe procura desenvolver
a – visão do todo – do seu conjunto de processos e tarefas, assim obtêm-se o
comprometimento individual e a satisfação no trabalho;
4.
Rotação de funções (job rotation): Não há especialistas nem cargos
formais; os funcionários passam a ser polivalentes ou multifuncionais.
5.2. Processo de Implantação da
Administração Holística
1.
Diagnóstico da empresa: avaliação de RH, TI, fornecedores,
marca, imagem, clima e cultura. Entender como estão relacionados entre si
dentro da organização;
2.
Análise do meio externo: Perceber a situação política,
econômica, social, cultura, tecnológica e concorrência e suas relações com a
empresa;
3.
Identificação do núcleo da empresa: Mapear os pontos fortes e
competências primordiais do negócio;
4.
Estabelecimento da missão;
2.
Reconhecimento dos valores da empresa: Identificar o que ela
entende como relevante e define sua maneira de ser;
3.
Definição das políticas da empresa.
5.3. Aplicabilidade da Administração
Holística
Quanto à sua aplicabilidade, sem
dúvida, a principal dificuldade é de natura de cultura, pois a mudança
comportamental é radical em relação a outras formas organizacionais mais
tradicionais. O alto comprometimento individual com a equipe exige mudança de
características pessoais, enquanto multifuncionalidade exige o desenvolvimento
de novas habilidades técnicas e humanas.[2]
6. Learning
organizations (aprendizagem organizacional)
As learning organizations são organizações aprendizes, capazes de se
renovar e inovar continuamente. Ela é função da crescente complexidade das
operações da empresa, em um ambiente de mudança contínua a velocidades
crescentes.
(Entretanto,
não se trata de uma nova teoria. Direta ou indiretamente a aprendizagem é
abordada através de vários enfoques na área da administração, por exemplo,
quando se trata de administração participativa, trabalho em equipe, liderança,
cultura organizacional. Mesmo a teoria da didática do ensino é adaptável ao
ambiente organizacional, ainda que não seja este seu objetivo principal.)
Um dos pioneiros da aprendizagem
organizacional foi Argyris. Para ele, a aprendizagem organizacional ocorre em
duas condições básicas. Primeiro, quando uma organização alcança o que
pretende, isto é, quando passa a existir uma correspondência entre seu plano de
ação e o resultado real. Segundo, quando uma defasagem entre o objetivo
pretendido e o resultado alcançado é identificada e corrigida, isto é, a
defasagem é transformada em correspondência.
O aprendizado ocorre quando são criadas as correspondências ou quando as
defasagens são corrigidas, primeiro por meio da análise e da mudança das
variáveis e, em seguida, por intermédio das ações. Argyris salienta que a TI
tem um papel crucial no sentido de ampliar a aceitação e a prática do
aprendizado nas organizações. No passado, a abordagem de cima para baixo ganhou
força com base no facto de que boa parte do comportamento não é transparente. A
tecnologia de informaçãotorna as
transações transparentes. Portanto, o comportamento não é mais velado e nem
oculto. A tecnologia de informaçãocria
verdades fundamentais onde essas verdades não existiam antes. Em outras
palavras, a tecnologias de informaçãoestá
estimulando e incrementando a ética e o aprendizado nas organizações.
CHIAVENATO (2003: 597)
6.1. As cinco disciplinais da
aprendizagem organizacional
Peter Senge (n. 1947) propõe cinco disciplinas de aprendizagem como um
conjunto de práticas para construir a capacidade de aprendizagem nas
organizações. A aprendizagem organizacional é feita a partir dessas cinco
disciplinas capazes de fazer com que pessoas e grupos possam conduzir as
organizações para a mudança e a renovação contínuas. As cinco disciplinas para
a organização de aprendizagem são:
1. Domínio pessoal - Envolve a formulação de um conjunto
coerente de resultados que as pessoas desejam alcançar como indivíduos (sua visão pessoal) em um alinhamento realístico com o
estado actual de suas vidas (sua realidade atual).
2. Modelos mentais. É uma disciplina de reflexão e habilidades de questionamento. Focalizam o
desenvolvimento de atitudes e percepções que influenciam o pensamento e a
interação entre as pessoas. Ao refletirem continuamente, falando a respeito e
reconsiderando aspectos internos do mundo, as pessoas ganham mais capacidade de
governar suas ações e decisões.
3. Visão compartilhada. É uma disciplina coletiva. Estabelece um foco sobre propósitos mútuos. As
pessoas aprendem a nutrir um senso de compromisso em um grupo ou organização
desenvolvendo imagens do futuro que pretendem criar e os princípios e as
práticas orientadoras os quais elas esperam alcançar.
4. Aprendizagem de equipas. É uma disciplina de interação grupal. A aprendizagem é feita por meio de
equipas e utiliza técnicas como diálogo e discussão para desenvolver o
pensamento coletivo, aprender a mobilizar energias e ações para alcançar
objetivos comuns e desenvolver uma inteligência e capacidade maior do que a
soma dos talentos individuais.
2. Pensamento sistêmico. É uma disciplina de aprendizagem. Por meio dela, as pessoas aprendem melhor
compreendendo a interdependência e a mudança para lidar eficazmente com as
forças que produzem efeitos em suas ações. Pensamento sistêmico é baseado na
retroação e na complexidade. Trata-se de mudar sistemas na sua totalidade e não
mudar apenas os detalhes.
A aprendizagem
organizacional é feita a partir dessas cinco disciplinas capazes de fazer com
que pessoas e grupos possam conduzir as organizações para a mudança e a
renovação contínuas.
A aprendizagem é a principal
vantagem competitiva de uma organização. Ela conduz à criatividade e à
inovação. Embora pareça um produto, a aprendizagem organizacional é um processo.
E os processos não se revelam facilmente para que todos os vejam.
Assim, é necessário
desenvolver nas organizações uma mentalidade de aprendizagem contínua,como a
sua principal vantagem competitiva. Toda organização precisa inovar e
aprenderpara enfrentar os desafios que bloqueiam o seu progresso. CHIAVENATO
(2003: 589)
Uma organização de
aprendizagem constrói relações colaborativas no sentido de dar força aos
conhecimentos, experiências, capacidades e maneiras de fazer as coisas que as
pessoas devem utilizar.
7. Conclusão
A
experiência de Hawthorne concluiu que a organização industrial tem a função
económica – produzir bens e serviços - e função social – distribuir
satisfações. Assim, podemos afirmar que o nível de produção é determinado pela
expectativa do grupo, pelos benefícios cedidos pela organização, como
intervalos de descanso e refeições durante esses e sábado livre.
No entender
do grupo, com o surgimento da teoria das relações humanas, a relação entre
indivíduos passou a ser mais valorizada dentro da organização, inserindo o
conceito do homem social nas decisões administrativas, facto que elevou a
importância da organização informal dada sua origem. A partir deste ponto, a
Teoria das Relações Humanas observou que se pode motivar uma pessoa quando se
sabe o que ela necessita, tal necessidade quando satisfeita passa de um
determinado nível para outro.
Relativamente
a teoria sistémica da organização trouxe uma ampliação na visão dos problemas
organizacionais, pois ela trata a organização como um sistema aberto, o que
permite realizar uma análise profunda e ampla. Já na administração holística percebeu-se que
esta propõe uma integração de conceitos defendidos por outros modelos de
administração, como: a valorização da intuição, preconizada pelo modelo
japonês; o desenvolvimento pessoal, defendido pela administração por objetivos
e a interação valorizada pelo desenvolvimento organizacional.
De igual
modo percebemos que a aprendizagem organizacionalbusca essencialmente o
desenvolvimentodo conhecimento e as habilidades que capacitem as pessoas a
compreender e a agir eficazmente dentro das organizações.
As teorias
abordadas neste trabalho, tanto quanto as demais teorias modernas administração
procuraram melhorar as condições físicas do trabalho e do trabalhador criando
incentivos e prémios; beneficiar a auto realização profissional, supervisão
funcional, definição e estabelecimento de cargos funcionais, aumento de
desempenho, eficácia e eficiência organizacionais.
Bibliografia
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à
Teoria Geral da Administração. 9ª.ed., Barueri, SP: Manole, 2014.
_______________________. Introdução
à Teoria Geral da Administração. 7ª.ed.rev. e act., Rio de Janeiro: Elsevier,
2003.
LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. D.
A. Fundamentos da Metodologia Cientifica.
3aedição. São Paulo: Atlas, 1991.
VERGARA, S. C. Projectos e relatórios de
pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2004.
Links acessados:
[Online]
via WWW. URL: https://keillalopes.files.wordpress.com/2010/05/gestc3a3o-holc3adstica-equipe-5.pdfacesso em 28/03/18

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