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Desenvolvimento e Gestão de Marketing para o Mercado Global







A globalização tem proporcionado alteração no desempenho das empresas que buscam a obtenção de lucro. Administrar uma empresa apenas no território nacional tornou-se um desafio para os administradores, que cada vez mais sofrem ameaça de empresas concorrentes que ingressam no mercado com melhores propostas.
As empresas normalmente são influenciadas por concorrentes e pelo mercado competitivo, seguindo uma orientação “de fora para dentro”, onde forças externas impulsionam seu crescimento e a busca por novos mercados. Em uma economia que se encontra cada vez mais aberta e internacionalizada, ingressar no mercado global tornou-se uma forma de sobrevivência e crescimento para as empresas.
No mundo global, países recebem produtos de diversos lugares do mundo e exportam o que é fabricado no mercado doméstico para outros países.
A pesquisa patente neste trabalho procurou perceber o processo de desenvolvimento e gestão de marketing para o mercado global, partindo da percepção do conceito de mercado do global, descrição das razões que levam as empresas a internacionalizarem-se, dentre outros aspectos que foram sendo arrolados neste trabalho. 

2.1. Geral:
  • Compreender o processo de desenvolvimento e gestão de marketing para o mercado global

2.2. Específicos:
  • Perceber o conceito de mercado global;
  • Descrever as razões da internacionalização das actividades da empresa;
  • Entender de que modo as empresas ingressam no mercado global.

Segundo GIL (1999, p. 42), método é “um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos” necessário à investigação científica. Como o conhecimento científico fundamenta-se na razão, precisa ser sistemático, a fim de que possa ser testado e comprovado por outros membros da comunidade científica, daí a necessidade do método. Para a materialização deste trabalho aplicou-se o método bibliográfico.
Pesquisa é um conjunto de acções, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. As pesquisas, conforme as abordagens metodológicas que englobam, são classificadas em dois grupos distintos – o quantitativo e o qualitativo. O primeiro obedece ao paradigma clássico (positivismo) enquanto o outro segue o paradigma chamado alternativo (VERGARA, 2004).
Nesta pesquisa utilizou-se o tipo de pesquisa qualitativo, por ser se mostrar apropriado para a concretização dos objectivos.

3. Desenvolvimento e gestão de marketing para o mercado global
Para Miriam Rodrigues, a globalização representa um conjunto de transformações na ordem política e económica mundial que vem acontecendo nas últimas décadas[1]. O ponto central da globalização é a integração dos mercados, o que somente é possível através da abertura económica de cada país.
A internacionalização das empresas é cada vez mais uma temática pertinente, com um abrangente suporte no que refere à literatura, onde assentam as diversas intervenções por parte de um grande leque de autores. Para melhor perceber as principais temáticas da internacionalização presentes nesta dissertação, efectuar-se-á uma breve revisão da literatura acerca das principais teorias existentes sobre o processo de internacionalização.
Tradicionalmente, as teorias clássicas da internacionalização de empresas são classificadas em duas perspectivas: a económica e a comportamental (Andersen e Buvik, 2002; Hemais e Hilal, 2004).
As teorias relacionadas com a perspectiva económica apresentam a internacionalização como sendo essencialmente um processo racional, que visa o aumento do retorno económico. Por outro lado, as teorias comportamentais abordam a internacionalização como sendo um processo que depende de atitudes, conhecimentos e dos comportamentos dos responsáveis pelas decisões, ou seja, um processo no qual intervêm factores considerados não económicos (Andersen e Buvik, 2002 citados por Ameida, 2012: 3).
No que se refere às teorias económicas, estas destacam-se através das teorias tradicionais, que com a contribuição dos diferentes autores desenvolveram modelos assentados na vantagem comparativa. Nesta corrente teórica destacam-se as teorias do comércio internacional, do ciclo de vida e teoria neoclássica de localização (Weisfelder, 2001; Ietto Gillies, 2002). Para além destas existem outras como a da Internalização Rugman (1980), e a teoria do paradigma eclético da produção internacional (Dunnig, 1988 citado por Ameida, 2012: 3).
Quanto às teorias comportamentais, surgiu primeiramente o modelo de internacionalização de Uppsala (Johanson e Vahnle, 1990; Johanson e Wiedersheim-Paul, 1975). Posteriormente surgiu a teoria das redes Johanson e Mattson (1988), e já mais recentemente, a partir da década de 1990, as teorias de empreendedorismo internacional Johanson e Mattson (1988) e das born globals (Rennie, 1993). Estas teorias mais recentes procuram analisar o fenómeno específico que é a internacionalização acelerada de pequenas empresas.
Um mercado global é uma troca de bens ou serviços que atravessa as fronteiras nacionais para abarcar o mundo inteiro ou quase todo o mundo[2]. O termo pode ser usado para referir-se a soma total de toda a actividade do mercado que tem lugar no mundo. Também pode se referir ao mercado de um produto determinado produto ou moeda, como em "o mercado global de petróleo". Mercados nesta escala são afectados por uma combinação complexa de forças económicas internacionais e os resultados combinados e interacção do regulamento em todas as nações que compõem o mercado. Integração económica total global tem sido um fenómeno relativamente raro e histórico. 
Para Kotler e Keller (: 671), o sector global é um sector no qual as posições estratégicas dos concorrentes nos principais mercados geográficos ou nacionais são afectadas basicamente por suas posições globais gerais.
Assim, o mercado global pode ser percebido como um sistema de relações económicas, mercais e financeiras que surge graças ao crescimento global dos meios de transporte e de comunicação.
O mercado global moderno é caracterizado pelo fluxo de capital muito rápido de sector para sector e de nação para nação em busca de lucro. Acções e mercados obrigacionistas fortemente influenciam-se mutuamente. Em alguns casos que isso amplifica o impacto económico de eventos, como o governo títulos ou bolsas regionais pode ser sujeita a uma pressão muito intensa de investidores globais durante os períodos de crise percebida. Este fenómeno pode colocar uma tremenda pressão sobre as dívidas e as moedas nacionais.
Com a globalização e o fim das barreiras comerciais entre os países, cresce a concorrência entre os produtos nacionais e estrangeiros. A competitividade entre as indústrias aumentam e esta situação causam consequências, tais como: maior oferta de produtos, preços mais competitivos e qualidade variada.

Muitas empresas realizam marketing internacional há décadas. A Nestlé, a Shell, a Bayer e a Toshiba são familiares a consumidores no mundo todo. Contundo, a competição global está se intensificando. Empresas que jamais pensaram em competir no mercado internacional se viram subitamente diante de concorrentes estrangeiros em seu próprio país. (Kotker e Keller, 2006: 670)
No ambiente globalizado em que estamos inseridos, operar apenas no mercado doméstico é uma situação cómoda para as empresas. Não convém ser dependente apenas de um mercado, pois a qualquer momento empresas estrangeiras podem surgir oferecendo melhores propostas aos clientes. Buscar novos mercados possibilita conhecimento na área de gestão e aperfeiçoamento do produto ou serviço e das operações (Siqueira, 2005 citado por Figueiredo, 2007: 16).
Ao decidir ingressar no mercado internacional, a empresa deve ter definido os objectivos e políticas de marketing. Muitas empresas resolvem vender para os países vizinhos, porque os conhecem melhor e possuem custo de distribuição e controle menor. Outras vezes, o que determina a escolha é a afinidade cultural ou o ambiente ou renda do país ou o mercado consumidor ou os factores político-legais, entre outros (Kotler, 1998 citado por Figueiredo, 2007: 16).
Vários factores podem levar uma empresa à arena internacional:
  • Empresas globais oferecendo produtos melhores ou preços menores podem atacar seu mercado doméstico;
  • A empresa pode descobrir que alguns mercados externos apresentam maiores oportunidades de lucro do que o mercado doméstico;
  • Ela pode necessitar de uma base mais ampla de consumidores para obter economia de escala;
  • Ela pode desejar diminuir sua dependência de qualquer mercado e, assim, reduzir o risco;
  • Os clientes da empresa podem estar indo para o exterior, exigindo, assim, serviço internacional.
Segundo Kotler e Keller (2006: 672), antes de tomar uma decisão de ir para o exterior, a empresa deve ponderar vários riscos:
  • A empresa pode não conhecer as preferências do cliente estrangeiro e falhar no oferecimento de um produto competitivamente atraente;
  • Ela pode não entender a cultura empresarial do país estrangeiro ou não saber como lidar eficazmente com seus executivos;
  • Ela pode subestimar as leis estrangeiras e incorrer em custos inesperados;
  • Ela pode se dar conta que não possui gerentes com experiência internacional;
  • O país estrangeiro pode mudar suas leis comerciais, desvalorizar sua moeda ou empreender uma revolução política e desapropriar a propriedade estrangeira.
Por causa das vantagens e riscos conflictantes, muitas vezes as empresas não tomam nenhuma atitude de que algum facto as empurre para ao mercado internacional. (Idem)

Ao decidir ingressar no mercado internacional, a empresa precisa definir seus objectivos de marketing.
Para Kotler e Keller (2006: 673), a estratégia de entrada no mercado externo normalmente segue duas abordagens:
  • Abordagem sequencial: na qual os países são penetrados gradual e sequencialmente.
  • Abordagem pulverizada: a empresa ingressa em muitos países ao mesmo tempo, dentro de determinado período.
Além disso, a empresa precisa decidir sobe o tipo de países a considerar. O produto, a geografia, a renda, a população e o clima político, dentre outros factores influenciam a atractividade de um determinado país.
Além da atractividade de mercado devem ser avaliados critérios de vantagem competitiva e risco.
Como por exemplo, a International Hough Company fabrica equipamentos de mineração e está avaliando a China e quatro países do Leste Europeu como possíveis oportunidades de mercado. Primeiro, ela avalia a atractividade de mercado de cada país, examinando indicadores como PNB per capita, força de trabalho empregada em mineração, importações de maquinários e crescimento da população. Depois, avalia o potencial de vantagem competitiva de cada país analisando indicadores como negócios já realizados, se ele seria um produtor de custos baixos, se a alta administração poderia avaliar o nível de risco de cada país, analisando indicadores como estabilidade política, estabilidade de moeda e regras para a remessa de lucros. Ao examinar, pesar e combinar os vários números, ela chega ao quadro mostrado abaixo. A China apresenta atractividade de mercado, vantagem competitiva e baixo risco. Por outro lado, a Roménia foi mal classificada em atractividade de mercado e média em vantagem competitiva e de alto risco.

De acordo com Rikaizer (2014), as vantagens e desvantagens são as seguintes.
  • Vantagens
1)     Redução dos custos
Em consequência de uma economia na força de trabalho e nos materiais, há uma possível redução dos custos. Quando as funções de marketing nacional estão consolidadas, evita-se uma duplicidade de actividades, com isso as despesas com pessoal são reduzidas. Com a disponibilidade de uma amplitude de cobertura global por varias formas de mídias de comunicação moderna, as campanhas multipaíses focando as características comuns dos países, reduziria consideravelmente os custos envolvidos na propaganda global e nos materiais de promoção e embalagem.
O aumento da eficácia dos programas, possibilitando mais dinheiro e recursos a um menor número de actividades bem direccionadas, também seria é uma possibilidade de redução dos custos (Kotabe & Helsen, 2000 citados por Figueiredo, 2007: 13).
2)     Eficácia na Melhoria de Produtos e Programas
Essa pode ser a maior vantagem da adopção de uma estratégia de marketing global. As diferentes demandas e as necessidades específicas de cada região fazem com que as organizações se esforcem na elaboração de bons produtos. Um programa de globalização que supera objecções locais para expandir uma boa ideia de marketing pode, tornar-se mais eficaz quando mensurado mundialmente (Idem).
3)     Preferência Apurada do Consumidor
Uma grande divulgação do produto pelo mundo em decorrência de uma grande estratégia de promoção, usando-se de várias fontes de informação, promove o conhecimento e a lembrança de um produto pelo consumidor. A estratégia de marketing global pode desenvolver o reconhecimento do produto pelos clientes, aumentando a preferência do consumidor por meio do reforço. Ou seja, uma mensagem de marketing uniforme, comunicada por uma marca, embalagem ou propaganda, reforça a consciência, o conhecimento e as atitudes das pessoas em relação ao produto ou serviço (Ibidem: 14).
4)     Vantagem Competitiva Ampliada
Ao focar os recursos em menor número de programas, as estratégias globais ampliam seu poder competitivo. Embora os maiores concorrentes possam ter recursos para desenvolver programas diferentes de alta qualidade, em cada país, o mesmo não ocorre com as empresas menores. A adopção de uma estratégia de marketing global focada pode permitir à pequena empresa competir com um grande concorrente de maneira mais eficaz. Entretanto, o benefício mais importante de uma estratégia global pode ser que a organização inteira fique por trás de uma única ideia, aumentando assim suas oportunidades de sucesso (Kotabe & Helsen, 2000 citados por Figueiredo, 2007: 15).
A vantagem competitiva acontece quando é o consumidor quem enxerga o valor do produto de acordo com a sua necessidade. Pode ser alcançada quando a empresa consegue baixar seus custos e oferecer produtos com preços menores que o concorrente, ou quando possuem uma estratégia de diferenciação do produto, onde o elevado preço é justificado pelo fato de o produto oferecer benefícios únicos (Green & Keegan, 2000 citados por Figueiredo, 2007: 24).
  • Desvantagens 
Æ Diferenças nos desejos e necessidades do consumidor e nos padrões de consumo
Æ Diferenças na resposta do consumidor às variáveis do marketing mix
Æ Diferenças nas marcas e no desenvolvimento de produto e ambiente competitivo
Æ Diferenças no contexto jurídico que podem entrar em conflito com a legislação do mercado interno.
Æ Diferenças nos procedimentos administrativos complicações na distribuição de produtos
Æ Diferenças entre procedimentos administrativos e distribuição de produtos
 3.5. A decisão do modo de entrada no mercado global
A partir do momento em que uma empresa decide ter como alvo determinado país, ela precisa definir a melhor maneira de ingressar nele. As escolhas principais são exportação directa, exportação indirecta, licenciamento e investimentos directos.
 A maneira normal de envolver-se no mercado externo é através da exportação. A exportação ocasional é um nível passivo de envolvimento, em que a empresa exporta de vez em quando por iniciativa própria ou em resposta a pedidos solicitados do exterior. A exportação activa ocorre quando a empresa assume um compromisso de expandir as exportações para um mercado específico. Em ambos os casos, a empresa fabrica todos os bens no país de origem, podendo ou não adaptá-los ao mercado estrangeiro. Exportar envolve, pelo menos, mudança nas linhas de produtos da empresa, na organização, nos investimentos e na missão. (Kotler e Keller, 2006: 677)
Tipicamente, as empresas começam com a exportação indirecta, que envolve o trabalho de intermediários independentes, a seguir:
  • Exportador do próprio país: Compra os produtos do fabricante e vende-os ao exterior.
  • Agente exportador do próprio país: Procura compradores e faz negócios à base de comissão. Incluem-se neste grupo as trading companies.
  • Organização cooperativa: Realiza actividades de exportação em nome de vários fabricantes que controlam, parcialmente, suas actividades administrativas. Frequentemente, esta modalidade é usada por produtores de produtos primários, como frutas.
  • Empresa de administração de exportação: Este tipo de intermediário concorda em administrar as actividades de exportação de uma empresa cobrando uma taxa.
A exportação indirecta oferece duas vantagens. Primeiro, envolve menos investimento pois a empresa não precisa desenvolver um departamento de exportação, força de vendas internacional ou manter contactos no exterior. Segundo, envolve menos risco. Os intermediários de comércio internacional possuem know-how, prestam serviços de transacção e minimizam os erros cometidos pela empresa exportadora.

Eventualmente, as empresas podem decidir fazer suas próprias exportações. Os investimentos e os riscos são razoavelmente maiores, porém a possibilidade de retorno é mais elevada. A empresa pode adoptar a exportação directa de diversas maneiras:
  • Departamento ou divisão interna de exportação: Um gerente de exportação, juntamente com alguns auxiliares, desenvolve as vendas e dá assistência ao mercado quando necessário. Pode transformar-se em um departamento de exportação autónomo, operando com centro de lucro.
·       Filial ou subsidiária de vendas no exterior: Uma filial no exterior permite que o fabricante controle mais sua presença no mercado externo. A filial realiza as vendas e a distribuição, podendo também lidar com armazenagem e promoção. Frequentemente, funciona como um centro de exposição e de serviços ao consumidor.
  • Vendedores-viajantes de exportação: A empresa pode enviar vendedores ao exterior para fazer negócios.
  • Distribuidores ou agentes no exterior: A empresa pode contratar distribuidores ou agentes para vender os bens sob seu nome. Eles podem ter direitos de exclusividade para representar o fabricante naquele país ou apenas direitos limitados.
Uma das maneiras de iniciar ou estender as actividades de exportação é participar de feiras internacionais.

 3.5.3. Licenciamento
De acordo com Kotabe & Helsen (2000) citados por Figueiredo (2007: 24), “é uma transacção contratual em que a empresa, licenciadora, disponibiliza alguns activos a uma outra empresa, a licenciada – em troca de pagamento de royalties, que é uma forma de remuneração”. O activo licenciado pode ser uma patente, uma marca ou uma tecnologia
O Licenciamento é uma estratégia bastante atraente de ingresso no mercado global, pois pode proporcionar a empresa um bom retorno financeiro durante a vigência do contrato, sem que sejam demandados muitos recursos pela licenciada.
No entanto, também possui desvantagens como uma certa limitação em relação ao activo que esta sendo utilizado e o possível surgimento de um futuro concorrente (KEEGAN, 2005).
O licenciamento representa uma forma simples de um fabricante envolver-se em marketing internacional. O licenciador faz um acordo com uma empresa estrangeira permitindo o uso de um processo de produção, marca, patente, segredo comercial ou outro item de valor, mediante o pagamento de uma taxa ou de royalties. (Kotler e Keller, 2006: 679)
O licenciador ganha ao entrar no mercado com pouco risco. O licenciado obtém experiência de produção, um produto bem conhecido ou uma marca, sem ter que começar do zero. Por exemplo, a Coca-Cola desenvolve seu marketing internacional licenciando engarrafadores espalhados pelo mundo ou, mais tecnicamente, franqueando-os, suprindo-os com o xarope e o treinamento necessário para produzir, distribuir e vender o produto. (Idem)
O licenciamento apresenta várias desvantagens potenciais. A empresa tem menor controle sobre o licenciado do que se tivesse montado suas próprias instalações de produção. Além disso, se o licenciado for muito bem-sucedido, os lucros chegam antes do tempo previsto e, no término do contrato, o licenciador pode chegar à conclusão que criou um concorrente. Para evitar que isto ocorra, o licenciador, geralmente, fornece alguns ingredientes ou componentes exclusivos para a preparação do produto, como  a Coca-Cola faz. Porém, a principal esperança do licenciador é a possibilidade de provocar inovação contínua, tornando o licenciado permanentemente dependente.
Há vários tipos de acordos de licenciamento. Uma empresa pode vender um contrato de administração para o gerenciamento de um hotel, aeroporto, hospital ou outra organização estrangeira sob pagamento de uma taxa. Neste caso, a empresa está exportando um serviço, em vez de um produto. O contrato de administração é um método de baixo risco para se entrar em um mercado externo e garante receita desde seu início. O acordo é especialmente atraente se a empresa contratante receber a opção de comprar alguma participação do negócio contratado dentro de um período estabelecido. Por outro lado, o acordo torna-se desinteressante se a empresa contratada puder alocar seu talento gerencial a melhores usos ou se a contratante obtiver maior lucro na administração do negócio global. O contrato de administração evita que a empresa concorra com seus próprios clientes.
Outro método de entrar em um mercado exterior é o contrato de fabricação, em que a empresa autoriza indústrias locais a produzir o produto. O contrato de fabricação oferece a desvantagem de menor controle sobre o processo produtivo e a perda de lucros potenciais de se fabricar o próprio produto. Entretanto, oferece à empresa uma oportunidade de começar mais rápido com menor risco e proporciona a formação de uma parceira ou a compra posterior do fabricante local.
Finalmente, uma empresa pode entrar em um mercado exterior através do franchising, que é uma forma mais completa de licenciamento. Aqui, o franquiador oferece um conceito de marca completo e um sistema de operação. Em troca, o franquiado investe e paga determinadas taxas ao franquiador.Ex.: Mc Donald’s.

A Joint venture pode ser definida como uma fusão de interesses entre uma empresa e um grupo económico, pessoas jurídicas ou pessoas físicas que desejam expandir sua base económica, com propósito explícito de lucros ou benefícios, com duração permanente ou a prazos determinados. Permite o compartilhamento dos recursos da empresa com os sócios, para estabelecimento de uma identidade no mercado alvo (Kotabe & Helsen, 2000 citados por Figueiredo, 2007: 24).
Uma Joint Venture pode ser formada ou desejada, por motivos políticos ou económicos. Apresenta desvantagens quanto à discórdia entre os sócios sobre em que investir, a falta de controlo pleno, de confiança e conflitos. No entanto possui benefícios como, retorno potencial e o compartilhamento de capital, risco e conhecimento (Idem).
Existe ainda uma certa inibição entre executivos perante a fusão empresarial por joint venture, em caso de transferência de tecnologia ou qualquer outro activo intangível que não possui protecção legal, patentes e marcas registadas, que poderiam ficar no domínio público, uma vez utilizado como aporte de capital para uma transacção de joint venture.
Exemplos de empresas que definiram joint ventures:
  • A Coca-Cola e a empresa suíça Nestlé estão unindo forças para desenvolver o mercado internacional para chá e café “prontos para beber”, que, actualmente, vende muito apenas no Japão.
  • A Procter & Gamble forma uma joint venture com sua arqui-rival italiana Fater para a fabricação de fraldas descartáveis no Reino Unido e Itália. Essa parceria proporcionará às duas empresas quase 60% do mercado britânico e mais de 90% do mercado italiano.
A formação de uma joint venture pode ser necessária ou desejável por razões económicas ou políticas. A empresa estrangeira pode não possuir recursos financeiros, físicos ou gerenciais para assumir sozinha um empreendimento ou o governo estrangeiro pode exigir a propriedade conjunta como condição de entrada no país.
Apresenta certas desvantagens pois os sócios podem discordar acerca do investimento, marketing ou de outras políticas. Um sócio pode desejar reinvestir os lucros para crescimento e outro pode desejar retirá-los.


 A forma final de envolvimento com o mercado exterior é o investimento directo em instalações de linhas de montagem ou de fábricas. A empresa estrangeira pode comprar parte ou o controle total de uma empresa local ou construir suas próprias instalações. À medida que a empresa acumula experiência em exportação e se o mercado externo parece ser suficientemente amplo, o investimento em instalações de produção oferece vantagens distintas. Primeiro, a empresa pode obter redução de custos na forma de mão-de-obra ou matérias-primas mais baratas, incentivos fiscais, economia de frete, etc. Segundo, a empresa obterá melhor imagem no país hospedeiro porque gerará emprego. Terceiro, ela desenvolve um relacionamento mais profundo  com o governo, consumidores, fornecedores locais e distribuidores, possibilitando melhor adaptação de seus produtos ao ambiente do mercado local. Quarta, a empresa mantém pleno controle sobre o investimento, além de poder desenvolver políticas de produção e marketing que atendam a seus objectivos internacionais a longo prazo. Quinto, ela assegura seu acesso ao mercado no caso de o país hospedeiro insistir que os componentes dos bens sejam comprados internamente.
A principal desvantagem é que a empresa expõe grande investimento a riscos, com bloqueio ou desvalorização de moedas, mercados declinantes ou expropriação. Ela constatará que custará caro reduzir ou encerrar suas operações, uma vez que o país hospedeiro pode exigir indenizações substanciais aos empregados. Entretanto, a empresa não tem muita escolha se desejar operar por conta própria em um país estrangeiro.



Ao concluir a pesquisa que teve como pano de fundo “Desenvolvimento e Gestão de Marketing para o Mercado Global”, o grupo entende o marketing global age como uma ferramenta de inserção de empresas no mercado mundial, ou seja, uma disposição que uma empresa tem para adoptar uma perspectiva global em busca da sobrevivência e do lucro, analisando até que ponto seus produtos podem ser expandidos ou precisam ser adaptados.
Ao adoptar uma perspectiva global, as empresas devem tomar em consideração as oportunidades e as ameaças que o ambiente além-fronteira oferece. Assim a empresa deve procurar a melhor maneira para que isso aconteça de forma a reduzir seus custos e aumentar o seu retorno.


ALMEIDA, Bruna Manuela Direito. As motivações que levam as empresas a internacionalizarem-se, o fenómeno Born Global: Estudos de Caso sobre três empresas Portuguesas. [Dissertação de Mestrado em Marketing], Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2012.
FIGUEIREDO, Laís Nogueira de. Marketing Global como uma Ferramenta para as Empresas que Buscam o Ingresso no Mercado Internacional. [Monografia], Brasília: UniCEUB – Centro Universitário de Brasília, 2007.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MARCONI, Marina de Andrade & PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: Uma Introdução. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2010.
VERGARA, S. C. Projectos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2004.
Hiperligações
[Online] Disponível via WWW. URL: https://edukavita.blogspot.de/2016/06/o-que-e-um-mercado-global.html acesso em 17 de Maio de 2017, pelas 14: 54 minutos.
[Online] Disponível via WWW. URL: https://pt.slideshare.net/MiriamRodri/mercado-global-15038649 Arquivo capturado 12 de Maio de 2017.
RIKAIZER (2014). Vantagens vs Desvantagens – Marketing Global. [Online] Disponível via WWW. URL: https://mktglobalizacao.wordpress.com/2014/06/18/vantagens-e-desvantagens-do-marketing-global/ Arquivo capturado em Maio de 2017.  



[1] https://pt.slideshare.net/MiriamRodri/mercado-global-15038649

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